“Mulheres Pardas” no Alto Sertão da Bahia: entre o silêncio da cor e o estigma da mestiçagem (Caetité, 1890-1945)

Autores

  • Miléia Santos Almeida Universidade Estadual de Feira de Santana

Resumo

Por meio da análise de processos criminais em que mulheres caetiteensesfiguram como vítimas ou acusadas no período delimitado pelos dois códigos penais da república brasileira, é possível evidenciar as experiências de mulheres negras no pós-abolição. Entretanto, a imposição de uma memória oficial e os discursos acerca da mestiçagem sertaneja se refletem nas fontes e são responsáveis pelo silenciamento da cor na documentação, visando negar as heranças da escravidão e consolidar o mito da democracia racial. A cor “parda” e suas variações emergem assim, sobretudo, nos laudos médicos, como tentativa de branqueamento da população, enquanto a racialização das relações sociais destas “mulheres pardas” nos permite questionar os significados de seus papéis em uma sociedade marcada pelas hierarquias de classe, raça e gênero.

Downloads

Downloads

Publicado

2018-08-26

Como Citar

SANTOS ALMEIDA, M. “Mulheres Pardas” no Alto Sertão da Bahia: entre o silêncio da cor e o estigma da mestiçagem (Caetité, 1890-1945). Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, Caetité, v. 1, n. 1, 2018. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/nhipe/article/view/5282. Acesso em: 17 mar. 2025.