“Mulheres Pardas” no Alto Sertão da Bahia: entre o silêncio da cor e o estigma da mestiçagem (Caetité, 1890-1945)
Resumo
Por meio da análise de processos criminais em que mulheres caetiteensesfiguram como vítimas ou acusadas no período delimitado pelos dois códigos penais da república brasileira, é possível evidenciar as experiências de mulheres negras no pós-abolição. Entretanto, a imposição de uma memória oficial e os discursos acerca da mestiçagem sertaneja se refletem nas fontes e são responsáveis pelo silenciamento da cor na documentação, visando negar as heranças da escravidão e consolidar o mito da democracia racial. A cor “parda” e suas variações emergem assim, sobretudo, nos laudos médicos, como tentativa de branqueamento da população, enquanto a racialização das relações sociais destas “mulheres pardas” nos permite questionar os significados de seus papéis em uma sociedade marcada pelas hierarquias de classe, raça e gênero.
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