Crianças indígenas Guarani Nhandewa no Norte do Paraná: aprendizagens culturais e escolares

Autores

  • Marcella Hauanna Cassulla Universidade Estadual de Maringá
  • Rosangela Celia Faustino Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2019.v28.n54.p59-76

Palavras-chave:

Infância indígena, Criança Guarani Nhandewa, Sistemas educativos

Resumo

A criança indígena, na organização sociocultural de cada povo, tem formas
próprias de aprender, recebendo cuidados, orientação e atenção dos parentes. Na
cultura Nhandewa, todos os espaços da aldeia são espaços de aprendizagem das
crianças. Os mais velhos, os tudjás, assim como os Txamõi e as Djaryi, sabedores
das tradições, as repassam às novas gerações em situações e espaços propícios,
como a Oy Guatsu. Neste texto apresentamos e discutimos elementos da educação
da criança Guarani Nhandewa, observados e registrados, especialmente, em
suas vivências em eventos culturais, em terras indígenas do norte do Paraná.
Evidenciou-se que os professores Nhandewa, com apoio de suas comunidades,
têm buscado articular os conhecimentos escolares aos conhecimentos ancestrais,
no espaço escolar e nos eventos culturais nas aldeias, configurados como
momentos de significativas aprendizagens para as crianças Guarani.

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Biografia do Autor

Marcella Hauanna Cassulla, Universidade Estadual de Maringá

Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professora da Educação Básica na Prefeitura Municipal
de Maringá.

Rosangela Celia Faustino, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Coordenadora do Programa Saberes Indígenas na Escola (MEC/SECADI) Núcleo UEM/PR.

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Publicado

2019-04-30

Como Citar

CASSULLA, M. H.; FAUSTINO, R. C. Crianças indígenas Guarani Nhandewa no Norte do Paraná: aprendizagens culturais e escolares. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 28, n. 54, p. 59–76, 2019. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2019.v28.n54.p59-76. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/6181. Acesso em: 28 mar. 2024.