Da educação rural à educação do campo: revisão crítica

Autores

  • Mary Rangel Universidade Federal Fluminense
  • Rosângela Branca Carmo Universidade Federal de São João del-Rei

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2011.v20.n36.p%25p

Resumo

O propósito deste estudo é recuperar alguns dos eventos históricos da educação ruralque esclarecem o percurso da evolução de seu significado para a concepção, sociale politicamente mais ampla, da educação do campo, observando e problematizando,nesse percurso, fatores que fundamentam reivindicações por maior atenção à escolae às práticas pedagógicas. A metodologia inclui revisão de estudos, cujos aportescríticos sustentam a problematização, construída no estilo ensaístico. A revisão apontaum longo tempo de pouca atenção política ao contexto rural e suas escolas, cujocurrículo e práticas têm sido submetidos ao modelo da escola urbana. Destaca-se,então, a relevância histórica de movimentos sociopolíticos em prol da valorizaçãodos sujeitos do meio rural, incluindo indígenas e remanescentes dos quilombos,reconhecendo-se sua importância para a vida e a história do país. Assim, no percursohistórico e nos aportes críticos revistos neste artigo, observa-se a crescente ênfase emrecursos e condições que propiciem a oferta de um processo educativo contextualizado,assegurando-se também os princípios de qualidade educacional. Desse modo, esteestudo demonstra o quanto o campo inspira reflexões e requer a continuidade eaprofundamento de estudos que visibilizem suas questões e apelos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mary Rangel, Universidade Federal Fluminense

Doutorado em educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-Doutorado em Psicologia Social pela PontíifíciaUniversidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora Titular de Didática da Universidade Federal Fluminense(UFF).Professora Titular da área de Ensino-Aprendizagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Assessora Pedagógica:Institutos Superiores La Salle (RJ) e Colégio La Salle Abel (RJ)

Rosângela Branca Carmo, Universidade Federal de São João del-Rei

Mestrado em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professora do Departamento de Ciências da Educaçãoda Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Referências

ARAUJO, S. R. M. de. Educadores do campo: descobrindo os caminhos da formação inicial para os monitores das

Escolas Famílias Agrícolas do Estado da Bahia. Revista da Faeeba. Educação e Contemporaneidade. Salvador, v.

, n. 34, p. 131-144, 2010.

ARROYO, M. A educação básica e o movimento social do campo. In: ______; CALDART, R. S.; MOLINA, M.

C. (Orgs.). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 147-158.

BURKE, P. The historical anthropology of early modern Italy: essays on perception and communication. Cambridge

[Cambridgeshire]; New York: Cambridge University Press, 1987.

CALAZANS, M. J. Para compreender a educação do Estado no meio rural – traços de uma trajetória. In: THERRIEN,

J.; DAMASCENO, M. N. (Coords.). Educação e escola no campo. Campinas: Papirus, 1993. p. 172-184.

______; CASTRO, L. F. M. de; SILVA, H. R. S. Questões e contradições da educação rural no Brasil. In: WERTHEIN,

J.; BORDENAVE, J. Díaz (Orgs.). Educação rural no Terceiro Mundo: experiências e novas alternativas.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. p. 179-188.

CALDART, R. S. Os movimentos sociais e a construção da escola (do sonho) possível. Contexto & Educação. Ijuí,

s.n., v. 10, n. 41, p. 100-131, jan./mar. 1996.

______. Educação em movimento – Formação de educadores e educadoras no MST. Petrópolis: Vozes, 1997.

______. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In: ARROYO, M. C.; CALDART,

R. S.; MOLINA, M. C. Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 147- 58.

CAVALCANTE, R. L. A. A escola rural e seu professor no “Campo das Vertentes”. 2003. Tese (Curso de Doutorado

em Educação) - Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 2003.

CONAE 2010. Conferência Nacional de Educação. Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: o Plano

Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. Documento Final. Brasília: Imprensa Oficial, 2010.

CULTI, M. N.; SOUZA, J. B. da L. Estratégia de comercialização para melhorar a renda de pequenos produtores familiares rurais de leite. Revista da Faeeba. Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 19, n. 34, p. 175-189,2010.

FARIA FILHO, L. M. de. Instrução elementar no século XIX. In: LOPES, E. M. T. (Org.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 45-86.

FREIRE, P. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

FRIGOTTO, G. A produtividade da escola improdutiva: um (re) exame das relações entre educação e estrutura

econômico-social capitalista. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 1990.

______. Trabalho como princípio educativo: por uma superação das ambiguidades. Boletim técnico do SENAC.

Rio de Janeiro, v. 11, n.3, p. 175-192, set./dez. 1985.

GRIFFTHS, V. L. Problemas da educação rural. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 10, p. 41-55, 1980.

LEITE, S. C. Escola rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 2002.

LIMA, M. B. de. Do saber da conquista à conquista do saber: educação e autonomia no campo. 1998. Dissertação

(Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 1998.

MENDONÇA, S. R. Estado e educação rural no Brasil: alguns escritos. Niterói, RJ: Vício de Leitura; FAPERJ,2007.

MENEZES, I. D. A cor do invisível: saberes nas experiências educativas organizadas pela central das associações

das comunidades de fundo e fecho do pasto da região do Senhor do Bonfim. Bahia. Revista da Faeeba. Educação

e Contemporaneidade. Salvador, v. 19, n. 34, p. 97-108, 2010.

PASSINI, E. Y. Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo Horizonte: Lê, 2000.

PINTO, M. da C. Um elogio do ensaio. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998.

QUEIROZ, Z. F. de. A escola rural e a questão do saber: do saber universal ao saber construído pelo homem do campo. Dissertação. 1992 - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1992.

RAPOSO, M. da C. A dimensão pedagógica dos movimentos sociais no campo. São Luis, MA: Edufma, 1999.

RIBEIRO, C. de J. História de uma escola para o povo: projeto João-de-Barro-Maranhão. São Luís: UFMA,1985.

RICHARDSON, R. J. Pobreza rural, desenvolvimento e educação. Educação & Sociedade, São Paulo: n. 14, p.

-82, abr. 1983.

ROCHA, M. I. A. A construção histórica da escola no meio rural em Minas Gerais. Cadernos de Textos do 1º Encontro

Estadual de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 5-12, 1998.

SAVIANI, D. As teorias da educação e o problema da marginalidade. In: ______. Escola e democracia. São Paulo:

Cortez, 1983. p. 7-49.

______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

SILVA, T. T. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica,2001.

SOUZA, M. A. Educação do campo: propostas e práticas do MST. Petrópolis: Vozes, 2006.

SOUZA, M. F. do V. de. A fábrica de professores e a padronização do conhecimento. 2006. Tese (Doutorado em

Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

SKLIAR, C. Pedagogia improvável da diferença. E se o outro não estivesse ai? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

WERLE, F. O. C. Educação rural em perspectiva internacional. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.

WERNECK, H. Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata. 8 ed. Rio de Janeiro: DPA, 2000.

Publicado

2013-06-22

Como Citar

RANGEL, M.; CARMO, R. B. Da educação rural à educação do campo: revisão crítica. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 20, n. 36, 2013. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2011.v20.n36.p%p. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/311. Acesso em: 21 nov. 2024.