Da educação rural à educação do campo: revisão crítica
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2011.v20.n36.p%25pResumen
O propósito deste estudo é recuperar alguns dos eventos históricos da educação ruralque esclarecem o percurso da evolução de seu significado para a concepção, sociale politicamente mais ampla, da educação do campo, observando e problematizando,nesse percurso, fatores que fundamentam reivindicações por maior atenção à escolae às práticas pedagógicas. A metodologia inclui revisão de estudos, cujos aportescríticos sustentam a problematização, construída no estilo ensaístico. A revisão apontaum longo tempo de pouca atenção política ao contexto rural e suas escolas, cujocurrículo e práticas têm sido submetidos ao modelo da escola urbana. Destaca-se,então, a relevância histórica de movimentos sociopolíticos em prol da valorizaçãodos sujeitos do meio rural, incluindo indígenas e remanescentes dos quilombos,reconhecendo-se sua importância para a vida e a história do país. Assim, no percursohistórico e nos aportes críticos revistos neste artigo, observa-se a crescente ênfase emrecursos e condições que propiciem a oferta de um processo educativo contextualizado,assegurando-se também os princípios de qualidade educacional. Desse modo, esteestudo demonstra o quanto o campo inspira reflexões e requer a continuidade eaprofundamento de estudos que visibilizem suas questões e apelos.Descargas
Citas
ARAUJO, S. R. M. de. Educadores do campo: descobrindo os caminhos da formação inicial para os monitores das
Escolas Famílias Agrícolas do Estado da Bahia. Revista da Faeeba. Educação e Contemporaneidade. Salvador, v.
, n. 34, p. 131-144, 2010.
ARROYO, M. A educação básica e o movimento social do campo. In: ______; CALDART, R. S.; MOLINA, M.
C. (Orgs.). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 147-158.
BURKE, P. The historical anthropology of early modern Italy: essays on perception and communication. Cambridge
[Cambridgeshire]; New York: Cambridge University Press, 1987.
CALAZANS, M. J. Para compreender a educação do Estado no meio rural – traços de uma trajetória. In: THERRIEN,
J.; DAMASCENO, M. N. (Coords.). Educação e escola no campo. Campinas: Papirus, 1993. p. 172-184.
______; CASTRO, L. F. M. de; SILVA, H. R. S. Questões e contradições da educação rural no Brasil. In: WERTHEIN,
J.; BORDENAVE, J. Díaz (Orgs.). Educação rural no Terceiro Mundo: experiências e novas alternativas.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. p. 179-188.
CALDART, R. S. Os movimentos sociais e a construção da escola (do sonho) possível. Contexto & Educação. Ijuí,
s.n., v. 10, n. 41, p. 100-131, jan./mar. 1996.
______. Educação em movimento – Formação de educadores e educadoras no MST. Petrópolis: Vozes, 1997.
______. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In: ARROYO, M. C.; CALDART,
R. S.; MOLINA, M. C. Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 147- 58.
CAVALCANTE, R. L. A. A escola rural e seu professor no “Campo das Vertentes”. 2003. Tese (Curso de Doutorado
em Educação) - Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 2003.
CONAE 2010. Conferência Nacional de Educação. Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: o Plano
Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. Documento Final. Brasília: Imprensa Oficial, 2010.
CULTI, M. N.; SOUZA, J. B. da L. Estratégia de comercialização para melhorar a renda de pequenos produtores familiares rurais de leite. Revista da Faeeba. Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 19, n. 34, p. 175-189,2010.
FARIA FILHO, L. M. de. Instrução elementar no século XIX. In: LOPES, E. M. T. (Org.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 45-86.
FREIRE, P. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
FRIGOTTO, G. A produtividade da escola improdutiva: um (re) exame das relações entre educação e estrutura
econômico-social capitalista. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 1990.
______. Trabalho como princípio educativo: por uma superação das ambiguidades. Boletim técnico do SENAC.
Rio de Janeiro, v. 11, n.3, p. 175-192, set./dez. 1985.
GRIFFTHS, V. L. Problemas da educação rural. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 10, p. 41-55, 1980.
LEITE, S. C. Escola rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 2002.
LIMA, M. B. de. Do saber da conquista à conquista do saber: educação e autonomia no campo. 1998. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 1998.
MENDONÇA, S. R. Estado e educação rural no Brasil: alguns escritos. Niterói, RJ: Vício de Leitura; FAPERJ,2007.
MENEZES, I. D. A cor do invisível: saberes nas experiências educativas organizadas pela central das associações
das comunidades de fundo e fecho do pasto da região do Senhor do Bonfim. Bahia. Revista da Faeeba. Educação
e Contemporaneidade. Salvador, v. 19, n. 34, p. 97-108, 2010.
PASSINI, E. Y. Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo Horizonte: Lê, 2000.
PINTO, M. da C. Um elogio do ensaio. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998.
QUEIROZ, Z. F. de. A escola rural e a questão do saber: do saber universal ao saber construído pelo homem do campo. Dissertação. 1992 - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1992.
RAPOSO, M. da C. A dimensão pedagógica dos movimentos sociais no campo. São Luis, MA: Edufma, 1999.
RIBEIRO, C. de J. História de uma escola para o povo: projeto João-de-Barro-Maranhão. São Luís: UFMA,1985.
RICHARDSON, R. J. Pobreza rural, desenvolvimento e educação. Educação & Sociedade, São Paulo: n. 14, p.
-82, abr. 1983.
ROCHA, M. I. A. A construção histórica da escola no meio rural em Minas Gerais. Cadernos de Textos do 1º Encontro
Estadual de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 5-12, 1998.
SAVIANI, D. As teorias da educação e o problema da marginalidade. In: ______. Escola e democracia. São Paulo:
Cortez, 1983. p. 7-49.
______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
SILVA, T. T. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica,2001.
SOUZA, M. A. Educação do campo: propostas e práticas do MST. Petrópolis: Vozes, 2006.
SOUZA, M. F. do V. de. A fábrica de professores e a padronização do conhecimento. 2006. Tese (Doutorado em
Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.
SKLIAR, C. Pedagogia improvável da diferença. E se o outro não estivesse ai? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
WERLE, F. O. C. Educação rural em perspectiva internacional. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.
WERNECK, H. Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata. 8 ed. Rio de Janeiro: DPA, 2000.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017