Controvérsias e binarismos:
concepções de professoras sobre brincadeiras e gênero na Educação Infantil
DOI :
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2021.v30.n62.p243-258Mots-clés :
Educação Infantil, Brincadeiras, Gênero, Binarismos.Résumé
Este artigo tem como objetivo analisar as concepções de gênero e de brincadeiras de professoras de Educação Infantil de uma cidade do interior do Sul do Brasil. O referencial teórico abarca autores(as) como: Butler (1990), Meirelles (2015), Campos e Barbosa (2015), Kishimoto (2008), Finco (2003) e Louro (2014). A pesquisa é de cunho qualitativo e teve como registro metodológico entrevistas focalizadas com cinco docentes e observação participante passiva. Os dados apontam que o debate de gênero na Educação Infantil apresenta controvérsias e ambivalências, na concepção das professoras, ao tratar das brincadeiras e gênero na medida que fazem uso de uma ordem conceitual pautado nos binarismos: entre meninos e meninas, nos brinquedos e brincadeiras e nos modos de organização dos corpos nos espaços educativos. Desse modo, a ampliação da produção de conhecimentos no campo de estudos de gênero e educação infantile é urgente e necessária.
Téléchargements
Références
ANGOTTI, M. Semeando o Trabalho Docente. In: OLIVEIRA, Z. M. R. Educação Infantil: muitos olhares. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
BARBOSA, M. C. Práticas cotidianas na educação – bases para reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília, 2009. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf>. Acesso em: 01 out. 2019.
BARROS, A. J. S. Fundamentos da metodologia científica. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
BRAGAGNOLO, R. I. WIGGERS, Verena. Reflexões sobre o lugar da primeira infância na creche e na pré-escola. In: ASSIS, G. O.; MINELLA, L. S.; FUNCK, S. B. (Orgs). Entrelugares e mobilidades: desafios feministas. Tubarão: Copiart, 2014.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em 22 set. 2019.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 22 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Brasília: Congresso Nacional, 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e brincadeiras nas creches: manual de orientação. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 2012.
BRASIL. Orientações estratégicas para institucionalização da temática de gênero nos órgãos governamentais. Comitê de Articulação de Monitoramento do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Governo Federal. Presidência da República: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2011.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
CARVALHO, M. E. P. Construções e desconstruções de gênero na instituição de educação infantil. In: ASSIS, G. O.; MINELLA, L. S.; FUNK, S. B. (Orgs.). Entrelugares e mobilidades: desafios feministas. Tubarão: Editora Copiart, 2014.
CAMPOS, R.; BARBOSA, M. C. S. BNC e educação infantil: quais as possibilidades? Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 9, n. 17, p. 353-366, jul./dez. 2015. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2019.
INFORME BRASIL – Gênero e Educação/Ação Educativa. In: CARREIRA, D. (Coord). Ecos: Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae. Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação. São Paulo: Ação Educativa, 2011. Edição revista 2013.
CARREIRA, D. Gênero e educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. São Paulo: Ação educativa, Cladem, Ecos, Geledés e Fundação Carlos Chagas, 2016.
FINCO, D.; GOBBI, M. A; FARIA, A. L. G. Creche e feminismo: desafios atuais para uma educação descolonizadora. Campinas, SP: Edições Leitura Crítica; Associação de Leitura do Brasil – ALB; São Paulo: Fundação Carlos Chagas – FCC, 2015.
FINCO, D. Relações de gênero nas brincadeiras de meninos e meninas na Educação Infantil. Pró-Posições. Dossiê: Educação Infantil e Gênero, v.14, n. 42, 2003.
FLICK, U. Codificação e categorização. In: FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Tradução: Joice Elias. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GRAUPE, M. E. Pedagogia da Equidade: gênero e diversidade no contexto escolar. In: MINELLA, L. S.; ASSIS, G. O.; FUNK, S. B. (Orgs.). Desafios feministas. Tubarão: Editora Copiart, 2014.
KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7155-2-3-brinquedos-brincadeiras-tizuko-morchida/file>. Acesso em: 22 fev. 2019.
KISHIMOTO, T. M. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2008.
KISHIMOTO, T. M.; FREYBERGER, A. Brinquedos, brincadeiras e materiais para bebês: manual de orientação pedagógica: Módulo II. [S.l: s.n.]. Brasília: Ministério da Educação Básica, 2012.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MAUAD, A. M. A vida das crianças de elite durante o Império. In: DEL PRIORE, M. História das crianças no Brasil. 7. ed, 2ª reimpr. São Paulo: Contexto, 2015.
MAYRING, P. Qualitative Inhaltsanalyse. In: FLICK, U.; KARDOFF, E.V.; STEINKE, I. (Orgs.). Qualitative Forschung: Ein Handbuch. Reinbeck: Rowohlt. S. 468-475, 2007.
MEIRELLES, R. Território do brincar: diálogo com escolas. São Paulo: Instituto Alana, 2015.
OLIVEIRA, Z. R. O trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012.
RAMOS, F. P. A história trágico-marítima das crianças nas embarcações portuguesas do século XVI. In: História das crianças no Brasil. In: DEL PRIORE, M. História das crianças no Brasil. 7. ed, 2ª reimpr. São Paulo: Contexto, 2015.
REIS, T.; EGGERT, E. Ideologia de gênero: uma falácia construída sobre os planos de educação brasileiros. Educação e Sociedade, Campinas, v. 38, n. 138, p. 9- 26, jan. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302017000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 out. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/es0101-73302017165522.
SANTA CATARINA. Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação básica. Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação – [S.I.]: [S. n.], 2014.
SILVA, L. M. F; COSTA, E. A; MELLO, A. M. Os fazeres na educação infantil. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
TAMANINI, M. Gênero, sexualidade e relações étnico-raciais: limites e desafios de um curso a distância. In: MINELLA, L. S.; CABRAL, C. G. (Orgs.). Práticas pedagógicas e emancipação: gênero e diversidade na escolaFlorianópolis: Editora Mulheres, 2009.
VIANNA, C. A mente do bebê: o fascinante processo de formação do cérebro e a personalidade, 3. ed., ver. e atual. São Paulo: Dueto Editorial, 2011.
VIANNA, C.; UNBEHAUN, S. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, p. 77 a 104, jan. /abr. 2004.
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017