Ver o invisível do letramento
DOI :
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n60.p191-210Mots-clés :
Psicanálise, Letramento, Tempo lógico, DocênciaRésumé
No trânsito rumo ao mundo letrado, muitas crianças respondem de modo pouco consistente às demandas por dar mostras de suas aprendizagens – parecem estar estancadas em um tempo em que sabem e não sabem ler. Do testemunho dessa posição da criança e da angústia que ela gera nos docentes, a partir de uma longa experiência de trabalho junto a redes de ensino público, derivamos a pergunta que move este artigo: o que pode ajudar a armar as condições de possibilidade para ver e dar passagem àquilo que é invisível no trânsito de uma posição não letrada para uma posição letrada? Para operar com essa questão, retomamos a proposição do tempo lógico de Lacan (1998b) e seu trabalho com a fita de Moebius (LACAN, 2003), buscando coordenadas que ajudem a guiar os docentes por um tempo que não se enfileira na cronologia do relógio e de um espaço que não é mapeável pela geometria intuitiva. Encontramos na duração do tempo de compreender – nos avanços e volteios que lhe caracterizam – um operador que pode dar contornos à angústia dessas passagens.
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Atualizado em 15/07/2017