Não ser só um carregador de livros: elaborações de jovens rurais sobre a escola
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2011.v20.n36.p%25pResumo
Considerando a centralidade da escola para a realização dos projetos individuais, esteartigo busca compreender os sentidos das experiências escolares para os/as jovens doDistrito Espraiado e fazendas, localizados em área rural do município baiano de Palmasde Monte Alto. Realizou-se um trabalho de campo, no qual a observação participante, aetnografia e a realização de grupos de discussão constituíram os principais instrumentosde coleta de dados. Foi realizada análise de 02 grupos de discussão com jovens dosexo masculino e feminino, matriculados nos anos finais do ensino fundamental. Aanálise foi feita com base no Método Documentário de Interpretação desenvolvidopor Karl Mannheim e adaptado para a pesquisa social empírica por Ralf Bohnsack.Os resultados apresentados aqui apontam que a escola tem significados positivos paramoças e rapazes, haja vista que se trata de uma área rural de pequeno município emque o processo de escolarização se deu de forma tardia e sexista.Downloads
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mas apropriar-se de um “discursuzinho melhor”.
Entrar no mundo instituído vai além da busca pelo
trabalho e pela melhoria de vida; essa entrada está
atrelada também ao desejo de ser reconhecido como
capaz, como sujeito que se apropriou dos códigos
da cultura letrada.
Não ser só um carregador de livro: elaborações de jovens rurais sobre a escola
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Atualizado em 15/07/2017