Pesquisa-Formação em Etnocomunicação no Contexto Contemporâneo

saberes e fazeres indígenas na relação comunicação/educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p37-54

Palavras-chave:

etnocomunicação; povos indígenas;tecnologias digitais informação e comunicação; decolonialidade.

Resumo

O artigo em questão faz parte de uma pesquisa de Pós-Doutorado em diálogo com parceiras do Projeto Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE). A proposta resulta de experiências de ensino, pesquisa, extensão e atuação na pós-graduação, tendo como método a pesquisa-formação multirreferencial (SANTOS, 2019; ARDOINO, 1998) no campo da educação e comunicação com os povos indígenas do Brasil. Objetiva discutir questões envolvendo a etnocomunicação como dispositivo de luta identitária, ancestral e decolonial e os diferentes usos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs). A metodologia utilizada é a pesquisa-formação, com imersão nos movimentos assumidos pelos povos originários, no movimento nacional de luta por direitos constitucionais e da terra, e com ações articuladas ao projeto de formação de professores indígenas ASIE. Pistas iniciais nos levam a compreender que as tecnologias digitais contemporâneas são apropriadas para comunicação, mas ainda pouco inseridas nas práticas educativas no contexto investigado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leonardo Zenha, Universidade Federal do Pará

Professor Dedicação Exclusiva na Universidade Federal do Pará . Professor do Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB)- da Universidade Federal do Pará e do Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC)da Universidade Federal do Pará Possui graduação em pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005). Especialização em Educação a Distância(2006)Senac -MG. Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais(2010). Doutor(2016) em Politicas Públicas e Formação Humana na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Beleni Saléte Grando, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutora em Educação (UFSC). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (UFMT). Líder do Grupo de Pesquisa  Corpo, Educação e Cultura (COEDUC/UFMT), do Projeto Ação Saberes Indígenas na Escola – Rede UFMT-Unemat-UFR; e  coordenadora pelo PPGE/UFMT, do Procad-Amazônia/Capes Rede UFPA-UFMT-UFAM.

Cristiane Ribeiro Barbosa da Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologias do Estado do Pará

Mestranda de Pós-graduação em Educação e Cultura (UFPA). Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecno logias do Estado do Pará (IFPA). Belém (PA),

Referências

ABYA Yala. Disponível em: <http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/a/abya-yala>. Acesso em: 08 jan. 2022.
ALVES, Nilda. Sobre movimentos das pesquisas nos/dos/com os cotidianos. TEIAS, Rio de Janeiro, a. 4, n. 7-8, p. 1-8, jan./dez. 2003.
ALVES, Rêmulo Maia. Cabo de fibra óptica: importância e característica. Disponível em: https://redestecnologia.com.br/cabo-de-fibra-optica-importancia-e-caracteristicas/. Acesso em: 08 já. 2022.
ARDOINO, J. Abordagem multirreferencia (plural) das situações educativas e formativas. In: BARBOSA, J. (Org.). Multirreferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos: EDUFScar, 1998.
ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. Repressão à manifestação indígena em Brasília deixa três feridos e dez pessoas intoxicadas com gás. Disponível em: https://apiboficial.org/2021/06/22/repressao-a-manifestacao-indigena-em-brasilia-deixa-tres-feridos-e-dez-pessoas-intoxicadas-com-gas/. Acesso em: 08 jan. 2022.
BALLESTRIN, Luciana. O giro decolonial e a América Latina. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11, p. 89-116, 2013.
BANIWA, G. L.. Movimentos e políticas indígenas no Brasil contemporâneo. RevistaTellus, vol. 7, n. 12, p. 127-146, 2007.
BISPO, A. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI) – Universidade
de Brasília (UnB), 2015.
CADILHE, A; LEROY, H. R. A formação de professores de língua e decolonialidade: o estágio supervisionado como espaço de (re)existências. Calidoscópio, vol. 02, n.18, p. 01-21, 2020.
CASSINO, João Francisco; SOUZA, Joyce; SILVEIRA, Sérgio Amadeu (Org.). Colonialismo de dados: como opera a trincheira algorítmica na guerra neoliberal. São Paulo: Autonomia Literária, 2021. v. 1. 212p.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação. Economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2009.
CORDEIRO, Leonardo Z.; COSTA, Renato P. da. Problematizações das tecnologias digitais na formação do professor de história no contexto amazônico. Esboços (UFSC), vol. 27, p. 228-248, 2020.
COLONIALIDADE. Dicionário Michaelis. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br. Acesso em: 08 jan. 2022.
CORDEIRO, Leonardo Z; CORREA, Juliane; FORMIGOSA, Marcos M. Cibercultura e ensino de ciências: questões contextuais a partir da disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) no curso de educação do campo ênfase, em ciências da natureza. Boletim GEPEM (ONLINE), vol. 75, p. 1-15, 2019.
CORDEIRO, Leonardo Z.; LOPES, Raquel. Territórios do saber x territórios do viver formação docente em hetero-espaços no interior da Amazônia. Pesquisa e debate em educação, v. 25, p. 299, 2020.
GRANDO, Beleni S.; MARIN, José. Educação intercultural e direitos humanos em tempo de pandemia um diálogo fundamental. Revista de Educação Pública, vol. 30, p. 1-10, 2021.
GROSFOGUEL, R.. “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 115-147, 2008.
LANDER, E.. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur. Buenos Aires: Clacso, 2005.
LEMOS, A.. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 8.ed. Porto Alegre: Sulina, 2020.
LEROY, H. R.. Decolonizar a sala de aula de PLA por meio de portfólios autorreflexivos: práxis em desconstrução. In: Pós-memória e decolonialidade no ensino de línguas no Brasil: as origens do status quo. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021.
LÉVY, P.. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LEVANTE indígena. 22/08/22021. Disponível em: https://casaninjaamazonia.org/levante-indigena/ Acesso em: 08 jan. 2022.
MALDONADO-TORRES. A topologia do ser e a geopolítica do conhecimento. In: SOUSA-SANTOS, Boaventura de; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2009.
MIGNOLO, Walter D.. Colonialidade: O lado mais escuro da modernidade. Trad. Marco Oliveira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2017, p. 1-18.
MIGNOLO, Walter D.. Delinking: The rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. In: MIGNOLO, W. D.; ESCOBAR, A. (Ed.). Globalization and the decolonial option. London/New York: Routledge, 2010.
MIGNOLO, Walter D.. Desobediência epistêmica: a opção decolonial e o significado de identidades em política. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 287-324, 2008.
MIGNOLO, Walter D.. Colonialidade: O lado mais escuro da modernidade. Trad. Marco Oliveira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2017, p. 1-18.
MOITA LOPES, L. P.. (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
NEBRIJA, E. A. Gramática Castellana. Madrid: Fundación Antônio de Nebrija, 1946 [1492].
NASCIMENTO, Letycia. Etnocomunicação indígena como prática de liberdade decolonialista e ancestral na formação comunicativa da Web Rádio Yandê. 2020. 145p. Dissertação (mestrado) — Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2020.
NASCIMENTO, Letycia G.; BASTOS, Pablo. N.. Etnocomunicação ancestral e decolonial: uma análise sobre a Web Rádio Yandê. Revista Latinoamericana de ciencias de la comunicación, vol. 19, p. 60-70, 2020.
OLIVEIRA, Elizabeth de Souza, LUCINI, Marizete. Pensamento Decolonial: Conceitos para Pensar uma Prática de Pesquisa de Resistência. Boletim Historiar, vol. 08, n. 01, Jan./Mar. 2021, p. 97-115, 2020.
POLASTRINI, Leandro Faustino; CONCHA, Jennifer Paola Pisso; COSTA, Paulo Sérgio Sousa. O pensamento intelectual indígena no ciberespaço. Revista Communitas, vol. 5, n. 10, 2021.
PRETTO, Nelson De Luca. Professores-autores em rede. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson De Luca (Org.). Recursos Educacionais Abertos: práticas colaboraticas e políticas públicas. São Paulo/SP; Salvador/BA: Casa de Cultura Digital; EDUFBA, 2012, p. 91-108.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SOUZA-SANTOS, Boaventura de; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. Editora Cortez, 2009.
RECUERO, R.. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre, Sulina, 2009. 192 p.
SANTOS, Edméa. Pesquisa-formação na Cibercultura. Teresina: EDUFPI, 2019. v. 1. 223p.
SANTOS, E.; RIBEIRO, M.; SANTOS, R.. A educação on-line como dispositivo de pesquisa-formação na cibercultura. Revista diálogo educacional, v. 18, p. 36-60, 2018.

Publicado

2022-08-16

Como Citar

ZENHA, L.; GRANDO, B. S. .; SILVA, C. R. B. da . Pesquisa-Formação em Etnocomunicação no Contexto Contemporâneo : saberes e fazeres indígenas na relação comunicação/educação. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 31, n. 67, p. 37–54, 2022. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p37-54. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/14417. Acesso em: 21 dez. 2024.