Aias, governantas e preceptoras

mulheres com a atribuição de educar

Autores

  • MARIA CELI CHAVES VASCONCELOS UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO http://orcid.org/0000-0002-3624-4854
  • Ana Cristina López M. Francisco UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2021.v30.n63.p239-256

Palavras-chave:

Aias. Governantas. Preceptoras. Atribuições femininas. Educação de crianças nobres.

Resumo

O presente estudo tem como objetivo geral analisar as atribuições destinadas às aias, governantas e preceptoras, assim denominadas as mulheres que se encarregavam da educação de crianças da aristocracia, no século XIX. Em um plano mais específico, pretende-se fazer uma distinção da nomenclatura em sua tradução para o português, comparando a utilização dos termos conforme a função ocupada. No que tange aos aspectos metodológicos, o estudo remonta a uma pesquisa histórico-documental que tem como fontes principais, os manuscritos elaborados pelos imperadores, d. Pedro I e d. Pedro II, sobre as atribuições das aias de suas filhas, documentos cujos originais se encontram no Arquivo do Museu Imperial em Petrópolis. A análise dos documentos evidencia as funções de aias, governantas e preceptoras, como um dos únicos ofícios permitidos as mulheres naquele tempo e contexto, bem como envolto a uma linha tênue entre simples empregadas e cortesãs muito próximas aos espaços de poder da aristocracia.

  What do you want to do ? New mailCopy     What do you want to do ? New mailCopy     What do you want to do ? New mailCopy     What do you want to do ? New mailCopy  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

MARIA CELI CHAVES VASCONCELOS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Pós-Doutora em Educação pela Universidade do Minho (2011). Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (2004). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1999). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense - UFF (1995). Graduada em História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Imaculada Conceição (1984). Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), atuando no Programa de Pós-Graduação em Educação (Proped). Professora Titular da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), de 1998 a 2015, atuando nos Cursos de Mestrado e Doutorado em Educação. Diretora da Faculdade de Educação (FE/UCP) de 2004 a 2008. Diretora do Centro de Teologia e Humanidades (CTH/UCP) de 2008 a 2013. Membro do Conselho Universitário (CONSUN/UCP) e Presidente do Conselho Acadêmico da Faculdade de Educação (CONAC/UCP) de 2004 a 2012. Diretora da Seção Rio de Janeiro da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) de 2012 a 2013; Vice-diretora da mesma Seção (ANPAE/RJ) desde 2015. Membro do Comitê de Iniciação Científica da UCP (IC/UCP) de 2011 a 2014. Chefe do Departamento de Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação (DEPAG/UERJ) de agosto de 2013 a março de 2018; Subchefe do mesmo Departamento (DEPAG/UERJ) de março de 2012 a agosto de 2013. Bolsista de Produtividade do CNPq desde 2011. Bolsista do Programa Prociência/Uerj desde 2015. Jovem Cientista da FAPERJ de 2012 a 2014. Cientista do Nosso Estado desde 2018. Autora de livros, capítulos e artigos científicos; e organizadora de coletâneas resultantes de trabalhos de pesquisa. Membro do Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro de 2009 a 2016. Membro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro desde 2013. Presidente da Câmara Conjunta de Educação Profissional e Superior do Conselho Estadual de Educação desde 2016. Vice-Presidente eleita do Conselho Estadual de Educação para o período 2017-2019. Pesquisadora na área de História da Educação e Políticas Educacionais, com ênfase na educação doméstica no Brasil oitocentista e criação/consolidação dos sistemas educacionais, além da educação na casa (homeschooling) e suas implicações na atualidade. Líder do Grupo de Pesquisa "História e memória das políticas educacionais no território fluminense" (Uerj/CNPq).

  What do you want to do ? New mailCopy  

Ana Cristina López M. Francisco, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Pós-Doutoranda em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro Proped/Uerj. Doutora em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis. Mestre em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis. Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Estácio de Sá. Especialista em Teologia Fundamental, Pressupostos da Razão, pela Universidade Católica de Petrópolis. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis. Tutora presencial do Curso de Pedagogia Uerj/ Cederj/ UAB/ Capes. Professora substituta do Departamento de Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Uerj na disciplina de Políticas Públicas da Educação (2019). Pesquisadora de temas relacionados a legislação educacional, políticas educacionais, Estatuto da Criança e do Adolescente, história da educação, história e políticas educacionais para a infância. Associada da ANPAE - Associação Nacional de Política e Administração da Educação. No magistério há mais de vinte anos, participa da coordenação do Grupo de Pesquisa "História e memória das políticas educacionais no território fluminense" (Uerj/CNPq); Integrante do Grupo de Pesquisa Interinstitucional "Educação de Mulheres no Brasil nos séculos XIX e XX" (UFRN/CNPq) e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Interinstitucional "Arquivos Pessoais, Patrimônio e Educação" (UFRGS/CNPq). Desenvolvendo o projeto "História e Políticas Educacionais na legislação de proteção a infância" desde 2010. Conciliadora do Juizado Especial Criminal, nomeada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (1998/2000). Coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Fundação Educacional Serra dos Órgãos (2003/2005). Membro das Comissões de Ensino Jurídico – Ordem dos Advogados do Brasil/RJ (2005/2006) e de Estágio (2009).  Possui experiência na área de Direito (desde 1998), com ênfase em Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Pesquisa Jurídica. Linhas de pesquisa: Direito Penal, História do Direito e Educação, Direito Educacional, Ensino Jurídico. Ministrou aulas para a turma de Graduação em Pedagogia, no 1º semestre de 2017, na disciplina Gestão Democrática da Educação, no Departamento de Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. 

  What do you want to do ? New mailCopy     What do you want to do ? New mailCopy     What do you want to do ? New mailCopy  

Referências

AGUIAR, Jaqueline Vieira de. Cadernos de Lições: a educação das Princesas Isabel e Leopoldina nos Paços Imperiais (1850-1864). 346 f. Tese (Doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação, 2020.
AGUIAR, Jaqueline Vieira de. Mulheres educadas para governar: o cotidiano das “lições” nas cartas das Princesas Isabel e Leopoldina. 2012. 286 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica de Petrópolis, Programa de Pós-graduação em Educação, Petrópolis, 2012.
ATRIBUIÇÕES DA AIA, 1857. POB- Maço 29, doc. 1038. Museu Imperial/Ibram/MinC.
BARRAL E DA PEDRA BRANCA, Luísa Margarida Portugal de Barros, condessa de, 1816-1891. Cartas a Suas Majestades, 1859-1890. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1977.
BASTOS, Maria Helena Camara. Da educação das meninas por Fénelon (1852). História da Educação – RHE v. 16 n. 36 Jan/abr. 2012 p. 147-188. Disponível em: https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/8496/2/Documento_Introducao_Da_Educacao_das_meninas_por_Fenelon_1852.pdf Acesso em: 12/01/2021.
BEAUMONT, Jeanne Marie. Madame Leprince de. Tesouro de meninas ou diálogos entre uma sábia aia e suas discípulas. Seleção e Prefácio de Ana Maria MACHADO. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
BEAUMONT, Mme. Leprince de. Thesouro de meninas ou dialogos entre uma sabia aia e suas discipulas. Tradução do francês pelo Padre Joaquim Ignacio de FRIAS. 4 ed., 2 vols., Lisboa: Typographia e Lytographia Portugueza, 1883, p. VII-VIII.
CARTA DE P. PEDRO II À IMPERATRIZ D. AMÉLIA, 14 de novembro de 1853, s/l. POB, Maço 29, doc.1046, Museu Imperial/Ibram/MinC.
FERNANDES, R. Os caminhos do ABC. Sociedade portuguesa e ensino das primeiras letras. Porto: Porto Editora, 1994.
FRANCISCO, Ana Cristina B. López M. A Condessa preceptora: entre o cotidiano nos Paços Imperiais e a construção do mito. Tese (Doutorado) – Universidade Católica de Petrópolis. Programa de Pós-graduação em Educação, Petrópolis, 2017.
GALÁN, Juan Eslava. La familia del Prado: un paseo desenfadado y sorprendente por el museo de los Austrias y los Borbones. Barcelona: Planeta, 2018.
GASKELL, Elizabeth. Vida de Charlotte Brontë. Barcelona: Clássica Biografias, 2001.
GRAHAM, Maria. Escorço biográfico de Dom Pedro I. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2010.
HIERRO, María Pilar Queralt del. As mulheres do Marquês de Pombal. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2014.
KAISER, Glória. Um diário imperial. Leopoldina, Princesa da Áustria, Imperatriz do Brasil de 1º de dezembro de 1814, a 5 de novembro de 1817, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Reler, 2005.
LACOMBE, Loureço Luís. Anuário do Museu Imperial. vol.7. Petrópolis: Museu Imperial, 1946.
MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. São Paulo: Ática, 1982.
MAUAD, Ana Maria. In: PRIORE, Mary Del (Org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.
MENDES, Paula Almeida. Itinerários pedagógicos e civilidade cristã na literatura didática feminina em Portugal (séculos XVIII-XIX). VS 18 (2011), p. 83-112. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/65320/2/paulamendesitinerarios000183460.pdf Acesso em 04/01/2021.
MONTEIRO, Tobias. História do Império. Rio de Janeiro: Briguiet, 1946.
PERROT, Michelle. História dos quartos. Tradução de Alcida Brant. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
PINHO, Wanderley. Salões e Damas do Segundo Reinado. 3ª edição. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1959.
REZZUTTI, Paulo. D. Pedro: a história não contada. São Paulo: Leya, 2015.
SANTOS, Maria Teresa. Educar os filhos de alguns. A teoria educativa de Locke na prática de Joana Rousseau de Villeneuve. In: Borges-Duarte (Org.). Fios de Memória. Liber Amicorum para Fernanda Henriques. Vila Nova de Famalicão: Humus, 2018, p. 221-238.
SILVA, Innocencio Francisco da. Diccionario Bibliographico Portuguez. Estudos applicaveis à Portugal e ao Brazil continuados e ampliados por Brito Aranha em virtude de contrato celebrado com o governo portuguez. Tomo Décimo (Terceiro do supplemento), H-J. Lisboa: Imprensa Nacional, 1883.
VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. A Casa e os seus Mestres. A educação no Brasil de oitocentos. Rio de Janeiro: Gryphus, 2005.
VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. Igreja e educação: a influência da catequese nos primórdios da literatura pedagógica. In: LEMOS, Maria Teresa Toribio Brittes. Religião, violência e exclusão. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p.71-96.
VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. Diálogos entre uma sábia aia e suas discípulas: a literatura pedagógica para a educação doméstica. In: MENDONÇA, Ana Waleska Polo Campos; VASCONCELOS, Maria Celi Chaves (Orgs.). Histórias de pesquisa na educação / Pesquisas na história da educação II. Rio de Janeiro: Quartet, FAPERJ, 2013, p. 233-254.
VERNEY, Luís António. Verdadeiro método de estudar: para ser util à Republica, e à Igreja: proporcionado ao estilo, e necesidade de Portugal. Exposto em varias cartas, escritas polo R. P. Tomo primeiro, Valensa [Nápoles]: na oficina de Antonio Balle [Genaro e Vicenzo Muzio], 1746.
VILLENEUVE, Joanna Rousseau de. A aia vigilante, ou reflexões sobre a educação dos meninos, desde a infancia até a adolescencia. Lisboa: Real Bibliotheca, 1767.

Publicado

2021-09-29

Como Citar

VASCONCELOS, M. C. C.; LÓPEZ M. FRANCISCO, A. C. . Aias, governantas e preceptoras: mulheres com a atribuição de educar. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 30, n. 63, p. 239–256, 2021. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2021.v30.n63.p239-256. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/11057. Acesso em: 28 mar. 2024.