Audiodescrição para as pessoas com deficiência intelectual
DOI:
https://doi.org/10.69969/revistababel.v10i1.8892Palavras-chave:
Audiodescrição, Deficiência intelectual, Interpretação, Pesquisa de recepçãoResumo
A audiodescrição (AD) tem sido estudada e aplicada, primordialmente, para as pessoas com deficiência visual. Sabendo que essa forma de tradução audiovisual e intersemiótica também pode ser usufruída por outros públicos, o presente artigo objetivou relatar o processo da pesquisa de recepção feita com alunos das APAEs de Salvador e São Paulo que culminou na dissertação de mestrado da atual pesquisadora. A pesquisa contou com a participação de doze alunos das duas instituições, buscando identificar lacunas de compreensão geradas pelo roteiro de audiodescrição voltados às pessoas com deficiência visual quando aplicados às pessoas com deficiência intelectual. O estudo de recepção feito a fim de coletar dados que pudessem expor tais lacunas e, dessa forma, entender como um roteiro de audiodescrição poderia ser mais eficaz à essa nova audiência, baseando-se na concepção de que a audiodescrição é uma forma de tradução, que traduz imagens em palavras. A interpretação gerada durante o processo de transposição de sentidos é intrínseca ao desenvolvimento da atividade, e o audiodescritor é um mediador entre original e tradução. Dentro dessa ótica, uma audiodescrição interpretativa seria aquela explícita, onde a tradução seria composta de sentenças mais claras, que permitissem um maior grau de entendimento, diferentemente da audiodescrição descritiva, que seria uma forma de tradução mais objetiva, levando o espectador a fazer inferências sem a interferência do tradutor. As conclusões alcançadas apontaram que para as pessoas com deficiência intelectual, um roteiro de AD mais interpretativo seria indicado, uma vez que esse público tende a esquecer facilmente informações e a dispersar em momentos de concentração. O uso de itens lexicais de conceituação menos complexas também foi uma das conclusões encontradas pelo estudo. A repetição de informações como forma de fixação das mesmas seria um outro ponto a levar em consideração num roteiro voltado a esse novo público.
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