Audiodescrição para as pessoas com deficiência intelectual

Auteurs-es

  • Bárbara Cristina dos Santos Carneiro Universidade Federal da Bahia / Universidade do Estado da Bahia

DOI :

https://doi.org/10.69969/revistababel.v10i1.8892

Mots-clés :

Audiodescrição, Deficiência intelectual, Interpretação, Pesquisa de recepção

Résumé

A audiodescrição (AD) tem sido estudada e aplicada, primordialmente, para as pessoas com deficiência visual. Sabendo que essa forma de tradução audiovisual e intersemiótica também pode ser usufruída por outros públicos, o presente artigo objetivou relatar o processo da pesquisa de recepção feita com alunos das APAEs de Salvador e São Paulo que culminou na dissertação de mestrado da atual pesquisadora. A pesquisa contou com a participação de doze alunos das duas instituições, buscando identificar lacunas de compreensão geradas pelo roteiro de audiodescrição voltados às pessoas com deficiência visual quando aplicados às pessoas com deficiência intelectual. O estudo de recepção feito a fim de coletar dados que pudessem expor tais lacunas e, dessa forma, entender como um roteiro de audiodescrição poderia ser mais eficaz à essa nova audiência, baseando-se na concepção de que a audiodescrição é uma forma de tradução, que traduz imagens em palavras. A interpretação gerada durante o processo de transposição de sentidos é intrínseca ao desenvolvimento da atividade, e o audiodescritor é um mediador entre original e tradução. Dentro dessa ótica, uma audiodescrição interpretativa seria aquela explícita, onde a tradução seria composta de sentenças mais claras, que permitissem um maior grau de entendimento, diferentemente da audiodescrição descritiva, que seria uma forma de tradução mais objetiva, levando o espectador a fazer inferências sem a interferência do tradutor. As conclusões alcançadas apontaram que para as pessoas com deficiência intelectual, um roteiro de AD mais interpretativo seria indicado, uma vez que esse público tende a esquecer facilmente informações e a dispersar em momentos de concentração. O uso de itens lexicais de conceituação menos complexas também foi uma das conclusões encontradas pelo estudo. A repetição de informações como forma de fixação das mesmas seria um outro ponto a levar em consideração num roteiro voltado a esse novo público.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Bárbara Cristina dos Santos Carneiro, Universidade Federal da Bahia / Universidade do Estado da Bahia

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Professora substituta do Curso de Língua Inglesa da Universidade do Estado da Bahia, Campus II, Alagoinhas.

Références

APAE DE SÃO PAULO. Sobre a deficiência intelectual. Disponível em http://www.apaesp.org.br/SobreADeficienciaIntelectual/Paginas/O-que-e.aspx

BALLONE, Geraldo José. Deficiência Mental, 2007. Disponível em:http://www.psiqweb.med.br

BAMPI, Luciana, N. da S.; GUILHEM, Dirce; ALVES, Elioenai D. Modelo social: uma nova abordagem para o tema deficiência. Revista Latino-Am. Enfermagem. n. 18. V. 4. 2010.

BRAUN, Sabine. Audio Description from a discourse perspective: a socially relevant framework for research and training. Linguistica Antverpiensia NS, 06, 2007. p. 357- 369. Disponível em < http://epubs.surrey.ac.uk/303024/1/fulltext.pdf>.

BRASIL. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamentação sobre acessibilidade às pessoas com deficiência. Planalto, 2004. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>.

CARNEIRO, Bárbara C. dos S. Repensando o roteiro de audiodescrição para o público com deficiência intelectual. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2015.

COSTA, Larissa Magalhães. Audiodescrição em filmes: história, discussão conceitual e pesquisa de recepção. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2014.

FELLOWES, Judith. Espectro autístico, legendas e áudio-descrição. Tradução de Tereza R. Gomes. Revista Brasileira de Tradução Visual (RBTV), v. 13, 2012. Disponível em: .

FRANCO, Eliana P. C; SILVEIRA, Deise M. M.; CARNEIRO, Bárbara C. dos S.; URPIA, Adriana. Audiodescrição para Além da Visão: Um Estudo Piloto com Alunos da APAE. In.: ARAÚJO, Vera Lúcia Santiago, ADERALDO, Marisa Ferreira. Os novos rumos da pesquisa em audiodescrição no Brasil. Curitiba: CRV, 2013. p. 201-211.

SILVA, Manoela da; BARROS, Alessandra. Formação de audiodescritores consultores: inclusão e acessibilidade de ponta a ponta. In. Educação e contemporaneidade. Revista da FAEEBA. v. 26, n. 50. set/dez de 2017.

Téléchargements

Publié-e

2020-07-06

Comment citer

CARNEIRO, B. C. dos S. Audiodescrição para as pessoas com deficiência intelectual. Babel: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras, Alagoinhas, BA, v. 10, n. 1, p. 68–79, 2020. DOI: 10.69969/revistababel.v10i1.8892. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/babel/article/view/8892. Acesso em: 24 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

SEÇÃO LIVRE