Testemunhos entrecruzados da solidão: aproximações e distanciamentos humanizantes na poética de Elizabeth Bishop

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69969/revistababel.v8i2.5446

Palavras-chave:

Representações da solidão, Elizabeth Bishop, Aproximações humanizantes

Resumo

Este artigo propõe o entrecruzamento da solidão, como matéria-poética, sobretudo pelo entendimento deste sentimento/modo existencial humano, através da eficácia estética na dicção poética de Elizabeth Bishop (1911-1979). A tal ponto, acredita-se que como fruto de sua expressão artística o isolamento momentâneo potencializa à condição humana, justamente, por retroalimentar a existência e o devir. Com efeito, entre aproximações consigo e supostos distanciamentos sociais. Existe o melhor entendimento da totalidade do mundo que, em constante transformações, potencializa a (re)construção das intersubjetividades. De tal modo, propõem-se leituras contextuais e contemporizadas da primordial lírica bishopiana mediadas pelo aporte teórico-metodológico de PAZ (2014; 2015), BOSI (1990), BRASILEIRO (2012), ABBAGNANO (2007) e FREUD (2016) Assim sendo, busca-se fazer análises acerca do elemento-poético solidão, a fim de evidenciar reflexões acerca do tema através dos poemas Insomnia, Five Flights Up e Quai d’Orleans. Por se acreditar que o isolamento momentâneo tem a capacidade de potencializar a expressão artística, expressão esta que tem o poder de sintonizar o sujeito consigo mesmo. Deste modo percebido esse isolamento se origina na lacuna existente nas formas de comunicação desses sujeitos históricos com o mundo. E essa integração nos oferece oportunidades únicas de diálogos e autoconhecimento ao que parece insulado - mas que deseja em essência comunicar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Welida Cristina de Souza Muniz Assunção, Universidade do Estado da Bahia/Universidade Estácio de Sá

Graduanda em Letras, Língua Inglesa e Literaturas, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Pós-Graduanda em Tradução do Inglês na Universidade Estácio de Sá (UNESA), Bacharel em Turismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Bolsista do Programa Institucional de Iniciação Cientifica da Universidade do Estado da Bahia.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ALCARAZ, Marcelo Barbosa. O imaginário da solidão em espaços (auto) biográficos. 2014. 160 f. Tese (Doutorado) - Curso de Literatura, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

ANASTÁCIO, Sílvia M. Guerra. O jogo das imagens no universo da criação de Elizabeth Bishop. São Paulo: Annablume, 1999. 258 p.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BISHOP, Elizabeth. Complete Poems. London: Chatto & Windus Ltd, 1991. 287 p.

______. Uma arte: as cartas de Elizabeth Bishop. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 792 p. Seleção e organização (edição americana) Robert Giroux: seleção (a partir da edição americana) Carlos Lins da Silva. João Moreira Salles: tradução Paulo Henriques Britto.

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. Editora Cultrix: São Paulo, 1977.

BRASILEIRO, Antonio. Da inutilidade da poesia. Rio de Janeiro: 7Letras; UEFS Editora, 2012.

BRYAN, Guilherme. Solidão, use com cautela. Revista da Cultura, São Paulo, v. 1, n. 57, p.37-41, abr. 2012.

CANDIDO, Antônio. “Direito a literatura”. In: Outros escritos. Ouro sobre azul: Rio de Janeiro, 2012.

ELIOT, T. S. Tradition and the Individual Talent. Disponível em:<http://people.unica.it/fiorenzoiuliano/files/2017/05/tradition-and-the-individual-talent.pdf>. Acesso em 15 ago 2017.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Jornal de Psicanálise, São Paulo, v. 49, n. 90, p.207-220, jun. 2016. Semestral. Traduzido por Marilene Carone.

HEIDEGGER, Martin. Existence and Being. Worcestershire: Read Books Ltd, 2013.

MARSHALL, Megan. Elizabeth Bishop: a miracle for breakfast. Boston: Mariner Books, 2017. 365p.

MARTINS, Maria Lúcia Milléo. Duas artes: Carlos Drummond de Andrade e Elizabeth Bishop. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006. 237p.

MONTEIRO, George (Org.). Conversas com Elizabeth Bishop. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. 189 p. Organização da tradução Rogério Bettoni.

MORELATO, Adrienne K. Savazoni. Entre o passageiro e o eterno: representações da solidão e da melancolia na poesia feminina brasileira. 25p. Unesp Araraquara, 2010.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Editora Vozes, 2001. 150 p.

PAZ, Octavio. Os signos em rotação. In: ______. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 2015. P. 95-123.

______. O arco e a lira. São Paulo: Cosac & Naify, 2014.

______. O labirinto da solidão. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.

PIERPONT, Claudia Roth. Elizabeth Bishop’s Art of Losing. The New Yorker. Disponível em: <https://www.newyorker.com/magazine/2017/03/06/elizabeth-bishops-art-of-losing>. Acesso em: 01 mar. 2018.

PINHEIRO, Ângela de Alencar Araripe; TAMAYO, Âlvaro. Conceituação e definição de solidão. Rev. de Psicologia, Fortaleza, v. 1, n. 2, p.29-37, jun. 1984.

PRZYBYCIEN, Regina. Feijão-preto e diamantes: O Brasil na obra de Elizabeth Bishop. Belo Horizonte: Editora Ufmg, 2015. 201 p.

SHAKESPEARE, William. Obra Completa. Vol. 1. Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1989. Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=171280>. Acesso em: 23 out 2018.

SOARES, Marcos. Literatura em língua inglesa: tendências contemporâneas. Curitiba: Iesde Brasil, 2009. 152 p.

Downloads

Publicado

16.12.2018

Como Citar

ASSUNÇÃO, W. C. de S. M. Testemunhos entrecruzados da solidão: aproximações e distanciamentos humanizantes na poética de Elizabeth Bishop. Babel: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras, Alagoinhas, BA, v. 8, n. 2, p. 45–60, 2018. DOI: 10.69969/revistababel.v8i2.5446. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/babel/article/view/5446. Acesso em: 8 nov. 2024.

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE