Por uma etnossociologia clínica nos estudos linguísticos (auto)biográficos
DOI :
https://doi.org/10.35499/tl.v18i2.21571Résumé
Este texto busca apresentar uma possibilidade metodológica para os estudos linguísticos (auto)biográficos batizada como etnossociologia clínica. Para elaborar nossa proposta, embasa-nos teoricamente a perspectiva etnossociológica de Bertaux (2010), que se abaliza nos estudos de caso e na perspectiva indutiva de elaboração de hipóteses, tendo como material exclusivo de análise as narrativas (auto)biográficas. A essa abordagem, articulamos a Clínica do Discurso, elaborada por Maia-Vasconcelos (2005), que aponta a postura clínica para a coleta de narrativas (auto)biográficas e as premissas de ausculta e deontologia para a análise dos dados. Com essa construção teórica, defendemos a etnossociologia clínica como vertente metodológica sólida para realizar pesquisas sob o enfoque das diversas frentes linguísticas que se interessam pela análise de narrativas de vida, por se valer de um paradigma que entende os sujeitos como fontes que, ao passo que revelam saberes, são modelados e intervêm na construção desses conhecimentos. A narrativa de vida é a fonte material para atingir-se esse objetivo.
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