Nomear é chamar à existência: a nomeação de Deus e do Diabo em Hilda Hilst e Guimarães Rosa

Autores

  • Vitor Hugo Luís Geraldo Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v16i1.13564

Resumo

Em 1987 o escritor e crítico literário Oscar D’Ambrosio publica no então jornal Estado de São Paulo uma matéria intitulada: “Guimarães Rosa encontra seu duplo: Hilda Hilst.” Partindo desta identificação literária e ancorando-se em entrevistas concedidas pela autora, onde reconhecia não só a proximidade poética de suas obras, como o apreço e a influência sofrida pelo escritor, este trabalho se dedicará a investigar um traço comum a estes autores, o obsessivo processo de nomeação de Deus e do Diabo. Fazendo de Deus uma de suas investigações não só literárias, como também filosóficas e cotidiana, Hilda Hilst colocou em prosa, e poesia, sua excruciante dúvida quanto à existência divina. Na outra margem, encontramos Guimarães Rosa que, em Grande Sertão: Veredas, tece uma personagem questionante, impassível diante dúvida quanto à existência do Diabo. Riobaldo, em seu périplo, concebe uma vasta cartografia onomástica e pictórica daquele que tanto diz evitar. Traço comum nos autores, investigaremos a premente necessidade de nomeação, perquirindo o sentido latente deste privilégio adâmico.

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Publicado

2022-06-23

Como Citar

LUÍS GERALDO, V. H. Nomear é chamar à existência: a nomeação de Deus e do Diabo em Hilda Hilst e Guimarães Rosa. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 167–180, 2022. DOI: 10.35499/tl.v16i1.13564. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/13564. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS