Aspetos de interlíngua em português língua estrangeira
Estruturas sintáticas
DOI :
https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11363Résumé
A aprendizagem e o uso do português como língua estrangeira revelam aspetos linguísticos e estratégicos particulares, sobretudo no que respeita à construção de estruturas frásicas nos primeiros estágios de aprendizagem. O objetivo deste estudo é de identificar e descrever as tendências de aprendentes do português tendo como línguas materna e segunda o shona e o inglês na construção de frases simples. O estudo é norteado pelos princípios teóricos da interlíngua e, em termos metodológicos, adota uma abordagem qualitativa. A base empírica é constituída por estruturas sintáticas escritas por estudantes universitários no primeiro e no segundo anos de aprendizagem do português. Os resultados revelam tendências como (1) a construção de enunciados sem verbos, (2) o uso de dois verbos em frases simples, sem que um seja auxiliar, (3) a combinação de formas verbais incongruentes com os traços gramaticais dos respetivos sujeitos, (4) a falha na seleção de argumentos, (5) a intrasitivização dos verbos transitivos e a seleção de argumentos externos (sujeitos) para os verbos impessoais e (6) a tendência de usar o número e o gênero não marcados no estabelecimento da concordância nominal. Todas estas dificuldades, entretanto, são interpretáveis sob o ponto de vista das manifestações das fases da interlíngua.
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