Vozes homoeróticas no extremo contemporâneo
três narrativas sobre ausência, silêncio e exclusão
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v18i2.21572Resumen
Este artigo pretende analisar três romances brasileiros – Cloro, de Alexandre Vidal Porto (2018), A palavra que resta, de Stênio Gardel (2021) e Sismógrafo, de Leonardo Piana (2022) – pela perspectiva do “extremo contemporâneo” (Bernd, 2022). A literatura do extremo contemporâneo se destaca não tanto pela forma e/ou estranhamento da linguagem, mas pela desestabilização do consenso, ou seja, ela manifesta uma urgência para a aceitação do diverso e da quebra de paradigmas e binarismos. Nesse sentido, o processo de emergência da literatura de minorias – ou que tematizam essas minorias – serve de exemplo para ser analisado na escritura do extremo contemporâneo. O espaço narrativo do extremo contemporâneo comporta, nesses termos, subjetividades que escapam aos modelos socialmente legitimados e, por isso, foram condenadas ao silêncio. A estratégia dos romances em questão é representificar essas ausências, dando voz a essas subjetividades apagadas.
Descargas
Citas
BARCELLOS, José Carlos. Literatura e homoerotismo em questão. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2006.
BATAILLE, Georges. O culpado. Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
______. O erotismo. Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
BERND, Zilá. Inventário de ausências. Porto Alegre: Zouk, 2022.
______. O extremo contemporâneo na literatura brasileira. ALEA. Rio de Janeiro. vol. 21/3, set-dez. 2019, p. 253-257.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2010, p. 151-165.
CATROGA, Fernando. Os passos do homem como restolho do tempo. Memória e fim do fim da história. Lisboa: Almedina, 2009.
DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Editora Horizonte; Rio de Janeiro: Editora da Uerj, 2012.
ERIBON, Didier. Reflexões sobre a questão gay. Trad. Procopio Abreu. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização, Introdução e Revisão Técnica de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
GARDEL, Stênio. A palavra que resta. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
GENETTE, Gérard. Discurso da narrativa. Trad. Maria Alzira Seixo. Lisboa: Vega, 1995.
KRISTEVA, Julia. Powers of horror. New York: Columbia University Press, 1982.
PIANA, Leonardo. Sismógrafo. Juiz de Fora: Edições Macondo, 2022.
PORTO, Alexandre Vidal. Cloro. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
VENTURINI, Maria Cleci. História e memória em (dis)curso: Fernando Catroga e a poética da ausência. Interfaces, vol. 8, ed. especial 2017, p. 127-145.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autor(es) conservam os direitos de autor e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.