A redação do ENEM e a competência V:
as relações dialógicas presentes na cartilha do participante
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v16i2.14198Resumen
A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) tornou-se um objeto muito valorado em nossa sociedade, considerando que o seu resultado representa uma parcela significativa da nota desse exame. Além disso, o êxito no certame possibilita aos alunos concluintes do Ensino Médio (EM), por exemplo, terem acesso ao Ensino Superior, já que muitas universidades têm utilizado o seu resultado como forma de ingresso. Assim, os olhares para a prova de redação, por parte de professores e pesquisadores, são cada vez mais intensos. No caso deste artigo, nossa atenção volta-se especificamente para a Competência V da Matriz de Referência da redação do ENEM, que diz respeito à elaboração da proposta de intervenção social. Essa escolha se justifica pelo fato de que, como professora-pesquisadora, percebemos que esse é um dos critérios que os alunos mais têm dificuldades, bem como é a competência que mais interfere na nota final, haja vista que o desempenho nela é, em boa medida, abaixo do esperado. Dessa forma, analisamos o seguinte documento oficial disponibilizado pelo Ministério da Educação relacionado a essa competência: a Cartilha do Participante. Nosso objetivo, portanto, é analisar como esse documento oficial compreende a Competência V e como orienta a sua produção, buscando desvelar as relações dialógicas que o documento estabelece com discursos que circulam na sociedade. Nossa base teórica se sustenta na Linguística Aplicada, nas discussões da Teoria Dialógica de Linguagem, mobilizadas pelo Círculo de Bakhtin, além de se ancorar em pesquisadores brasileiros que discutem o ensino de Língua Portuguesa. Esta pesquisa é do tipo qualitativo-interpretativista e de análise documental (MOITA LOPES, 1998; BORTONI-RICARDO, 2008; FLICK, 2009). Após analisarmos as orientações da Cartilha do Participante no que concerne à Competência V, constatamos que o documento estabelece relações dialógicas com discursos governamentais do protagonismo juvenil e com aqueles que fomentam o exercício da cidadania por parte dos jovens brasileiros.
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