Husserl e a fenomenologia nos estudos (auto)biográficos de Sartre
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1143Parole chiave:
Fenomenologia, Edmund Husserl, Jean-Paul Sartre, Personalidade, Pesquisa (auto)biográficaAbstract
Neste artigo, analisamos a apropriação que Sartre faz da fenomenologia de Husserl em seus primeiros estudos. Isso que lhe permite chegar à sua tese principal, que articula sua obra de ponta a ponta: “a transcendência do Ego”. Essa teoria do Ego assume como pressuposto a “intencionalidade da consciência”, noção desenvolvida por Edmund Husserl (1859-1938) inspirado em seu mestre Franz Bretano (1838-1917). Sartre constata, após revisar Husserl, que este acabou por esquecer a realidade exterior ao tudo colocar entre parênteses quando de suas reduções fenomenológicas, restando a constatação apodítica ou verdade autoevidente, isenta de dúvidas, a exemplo de Descartes. Esses pressupostos filosóficos permitem a Sartre erigir uma ontologia combativa aos subjetivismos ou objetivismos, idealismos ou realismos de sua época, sem diluir a objetividade na subjetividade ou a subjetividade na objetividade. Além disso, estabelece a sua base epistemológica para a antropologia e a psicologia, como também para pesquisa (auto)biográfica dedicada aos estudos sócio-históricos.
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