A interface sujeito-agência no campo curricular: que contribuições das pesquisas (auto)biográficas?

Autores/as

  • Natália Rodrigues Mendes Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Carmen Teresa Gabriel Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n11.p714-728

Palabras clave:

Agência, Sujeito, Currículo, Estudos (auto)biográficos.

Resumen

Considerando a intensificação da inserção dos estudos narrativos e/ou (auto)biográficos no campo do currículo, nos últimos anos, o objetivo deste texto é refletir sobre a articulação sujeito-agência, nos estudos do campo curricular, a partir das contribuições teórico-metodológicas das pesquisas (auto)biográficas. Nosso interesse em compreender os processos de subjetivação em contextos de formação, nos faz apostar nesta abordagem como um campo profícuo para pensar a complexa relação entre sujeito e estrutura, na leitura política do social. Trata-se de reconhecer a potencialidade analítica das narrativas (auto)biográficas, na compreensão da agência para além do par binário resistência e sujeição, hegemonicamente mobilizado nas análises do campo educacional, como polos dicotômicos e excludentes. Em diálogo com autores como Judith Butler (2014), Gert Biesta (2013) Christine Delory-Momberger (2011a; 2011b; 2012; 2014; 2016; 2017) e Saba Mahmood (2005; 2006), apostamos teoricamente no entendimento de que “tornar-se sujeito” ou produzir subjetividades políticas depende diretamente da regulação e, portanto, os meios que garantem a subordinação dos sujeitos são os mesmos que possibilitam a rebeldia ou o deslocamento em relação a essa sujeição.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Natália Rodrigues Mendes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Educação pela UFRJ, mestre em Antropologia pela UFF e professora de História da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro.

Carmen Teresa Gabriel, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Titular de Currículo da UFRJ, bolsista de produtividade do CNPq, Cientista de Nosso Estado /FAPERJ, professora da Faculdade de Educação da UFRJ e do Programa de pós-graduação dessa mesma instituição (PPGE/UFRJ), professora do Programa de Pós-Graduação - ProfHistória , coordenadora do Laboratório d Núcleo de Estudos de Currículos da UFRJ (LaNEC) e do Grupo de Estudos Currículo Conhecimento e Ensino de História (GECCEH), atualmente ocupa o cargo de direção da Faculdade de Educação da UFRJ.

Citas

ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico. Dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.

BIESTA, Gertz. Para além da aprendizagem. Educação democrática para um futuro humano. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2013.

BUTLER, Judith. Regulações de gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 42, p. 249-274, jan./jun. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n42/0104-8333-cpa-42-00249.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

CARVALHO, Maria Inez da Silva de Souza; SÁ, Maria Roseli Gomes Brito de.; PIMENTEL- JUNIOR, Clívio. Currículo, (auto)biografias e diferença: políticas e poéticas do incontrolável no cotidiano da educação em ciências. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 29-59, jan./mar. 2018. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/download/28921/25070>. Acesso em: 10 jan. 2019.

DELORY-MOMBERGER, Christine A condição biográfica. Ensaios sobre a narrativa de si na modernidade avançada. Tradução de Carlos Galvão Braga, Maria da Conceição Passeggi e Nelson Patriota. Natal: EDUFRN, 2012.

_______. Fundamentos epistemológicos da pesquisa biográfica em Educação. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 333-346, abr. 2011a. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/edur/v27n1/v27n1a15.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

_______. Os desafios da pesquisa biográfica em educação. In: SOUZA, Elizeu Clementino de. (Org.). Memória (auto)biografia e diversidade. Questões de método e trabalho docente. Salvador: EDUFBA, 2011b. p. 43-57.

_______. Experiencia y formation. Biografization, biograficidad y heterobiografia. Revista Mexicana de Investigation Educativa, v. 19, n. 62, p. 695-710, jul./sep. 2014.

_______. La recherche biographique ou la construction partagée du savoir singulier. Salvador: Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, v. 1, n. 1, p. 133-147, jan./abr. 2016.

Disponível em: <https://www.revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/download/2527/1712>. Acesso em: 10 jan. 2019.

_______. De quel savoir la recherche biographique en education est-elle le nom? Paris: Revue Le sujet dans la Cité, Actuels, La recherche biographique Quels savoirs pour quelle puissance d’agir? n. 6, p. 11-24, mar. 2017.

FOUCAULT, Michel. Les mots et les choses. Paris: Gallimard, 1966.

GABRIEL, Carmen Teresa. Conhecimento escolar e emancipação: uma leitura pós-fundacional. Cadernos de Pesquisa [on-line], v. 46, n. 156, p. 104-130, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v46n159/1980-5314-cp-46-159-00104.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

GABRIEL, Carmen Teresa. Conteúdo-rastro: um lance no jogo da linguagem do campo curricular. Currículo sem Fronteiras, v. 17, n. 3, p. 515-538, set./dez. 2017.

GABRIEL, Carmen Teresa. Objetivação e subjetivação nos currículos de licenciaturas: revisitando a categoria saber docente. Revista Brasileira de Educação, RBE, v. 23, p. 1-22, 2018a. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v23/1809-449X-rbedu-23-e230071.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

GABRIEL, Carmen Teresa. Relação com o saber: uma proposta de releitura pós-fundacional, In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, A. L.; OLIVEIRA, G. G. S. de. A teoria do discurso na pesquisa em educação. Recife: Editora UFPE, 2018b. p. 217-249.

GAUJELAC, Vincent de. Qui est je? Sociologie clinique du sujet. Paris: Éditions du Seuil, 2009.

HOWARTH, David. Discourse. Buckinghtam; Philadelphia: Opens University Press, 2000.

LACLAU, Ernest; MOUFFE, Chantal. Hegemonía y estratégia socialista. Hacia una radicalización de la democracia. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica de Argentina, 2004.

LAROSSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-29, jan./fev./mar./abr. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n19/n19a02.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

LEITE, Miriam Soares. Adolescência e juventude no ensino fundamental: signifixações no contexto da prática curricular. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, p. 55-74, mai./ago. 2010. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/viewFile/24115/17093>. Acesso em: 10 jan. 2019.

MAALOUF, Amin. Les identités meurtrières. Paris: Le Livres de Poche, 1998.

MAHMOOD, Saba. Politics of piety: the islamic revival and the feminist subject. Princeton: Princeton University Press, 2005.

_______. Teoria feminista, agência e sujeito libertatório: algumas reflexões sobre o revivalismo islâmico no Egito. Etnográfica, v. 10, n. 1, p. 121-158, mai. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/etn/v10n1/v10n1a07.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

MARCHART, Olivier. El pensamiento político posfundacional: la diferencia política en Nancy, Lefort, Badiou y Laclau. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2009.

NIEWIADOMSKI, C. Recherche biographique et clinique narrative. Entendre et écouter le sujet contemporain. Toulouse: Editions Erès, 2012.

RANNIERY, Thiago. Currículo, normatividade e políticas de reconhecimento a partir de trajetórias escolares de “meninos gays”. Education Policy Analysis Archives, v. 25, p. 1-32, 2017. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6056887&orden=0&info=link>. Acesso em: 10 jan. 2019.

RETAMOZO, Martín. Construtivismo: epistemologia y metodologia em las ciencias sociales. In: DE LA GARZA TOLEDO, E; LEYVA, G. (Orgs). Tratado de metodologia de las ciencias sociales: perspectivas actuales. México: FCE; UAM, 2012. p. 325-350.

SCOTT, Joan W. Experiência. In: SILVA, A. L. da.; LAGO, M. C. de S.; RAMOS, T. R. O. (Orgs.). Falas de gênero. Tradução de Ana Cecília Adoli Lima. Santa Catarina: Editora Mulheres, 1999. p. 21-55.

SOMMERER, E. L’école d’Essex et la théorie politique du discours: une lecture ‘postmarxiste’ de Foucault. Raisons politiques, n. 19, p. 193-209, 2005.

SOUZA, Elizeu Clementino de. (Auto)biografia, histórias de vida e práticas de formação. In: NASCIMENTO, A. D.; HETKOWSKI, T. M. (Orgs.) Memória e formação de professores. Salvador: EDUFBA, 2007. p. 59-74.

Publicado

2019-06-20

Cómo citar

MENDES, N. R.; GABRIEL, C. T. A interface sujeito-agência no campo curricular: que contribuições das pesquisas (auto)biográficas?. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 4, n. 11, p. 714–728, 2019. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n11.p714-728. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/5948. Acesso em: 24 nov. 2024.