Remédios diferentes para um mesmo mal: a epidemia e a experiência humana pelo viés do literário
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n16.p1549-1562Palavras-chave:
Literatura. Epidemia. Remédio.Resumo
Reflexão, apoiada em Gallian (2017), sobre o poder curativo da Literatura. Vista como remédio, a leitura literária dos clássicos é capaz de trazer à tona, esclarecer, vivificar e promover a elaboração de vários problemas humanos. Neste âmbito, utilizamos duas obras de diferentes espécies, mas pertencentes ambas ao universo da Antiguidade Clássica, para rever a presença da epidemia como cena motivadora de suas tramas e conectá-las ao contexto da pandemia e do perigo de contaminação, vivenciados por nós, editores, autores e leitores da RBPAB, nesta segunda década do século XXI. Ao final, após a atenção dada a Édipo Rei, tragédia de Sófocles, e à fábula “A peste dos animais”, atribuída a Esopo, pontua-se o caminho autobiográfico como um dos elementos da composição do medicamento, com efeito de bálsamo, que serve como uma instância ou produto da autorrepresentação.
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