AS DUAS MEMÓRIAS DE UM ESCRITOR

Autores

  • Sheila Dias Maciel UFMT

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n2.p224-235

Palavras-chave:

Carlos Heitor Cony. Memórias. Diferença

Resumo

Reflexão sobre duas obras de memórias do escritor Carlos Heitor Cony: Quase memória: quase-romance (1995) e Eu, aos pedaços: memórias (2010), escritas sob o signo de um eu que busca uma forma de ordenação do mundo por meio da divulgação de uma visão autorizada de si mesmo, ainda que, por motivos diversos, o narrador autodiegético apareça desfocado em ambas as obras. Apontar, pela leitura, as marcas e deslocamentos dos textos em relação às características do gênero memórias, descritas por Maciel (2013), é o objetivo. Ao propor uma aproximação entre as duas obras, utilizam-se, também, os conceitos de substituição e de descarte, apresentados por Assmann (2011), para refletir sobre a necessidade autoral de publicar novas memórias, numa era afeita ao descartável. Como resultado, indicamos que os deslocamentos não desconfiguram o gênero e que mesmo as negações, recorrentes nas obras em questão, acabam por fortalecer a dupla retomada do passado pelo viés confessional. Além disso, conferimos que a segunda publicação de memórias de Cony não reescreve nem substitui a primeira, mas produz versão de si que acrescenta sentido à experiência assumida do narrar-se.

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Como Citar

MACIEL, S. D. AS DUAS MEMÓRIAS DE UM ESCRITOR. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 224–235, 2016. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n2.p224-235. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/2658. Acesso em: 17 nov. 2024.