Narrar o cotidiano escolar: espaço vivido e currículos praticados

Autores

  • Silvia Letícia Costa Pereira Correia Universidade do Estado da Bahia
  • Natanael Reis Bomfim Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2018.v3.n9.p1029-1045

Palavras-chave:

Representações Sociais, Espaço Vivido, Currículo, Cotidiano.

Resumo

Este artigo tem por objetivo compreender como são produzidos os currículos no cotidiano escolar, a partir do conteúdo das representações sociais do espaço vivido, construídas por alunos do 5º ano de escolarização, de uma escola da rede municipal de ensino de Salvador/BA. Para tanto, utilizamos aportes teórico-metodológicos capazes de articular os conceitos de práticas cotidianas, espaço vivido e currículo. Os resultados apontam para contribuições, pedagógicas, epistemológicas e políticas, ao destacar as vicissitudes do processo educativo e a possibilidade de promoção e aperfeiçoamento das práticas pedagógicas de professores do ensino fundamental I.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvia Letícia Costa Pereira Correia, Universidade do Estado da Bahia

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade, da Universidade do Estado da Bahia (PPGEduC/UNEB). Mestre em Gestão e Tecnologia Aplicadas à Educação, pela Universidade do Estado da Bahia (GESTEC/UNEB). Pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Representações, Educação e Sustentabilidade – GIPRES. Pedagoga, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora e Coordenadora Pedagógica na Rede Municipal de Ensino de Salvador/BA

Natanael Reis Bomfim, Universidade do Estado da Bahia

Pós-Doutorado em Geografia, pelo Instituto de Pesquisa em Turismo e Mobilidade Urbana, Universidade de Paris I, Sorbonne. PHD em Educação pela Université du Québec à Montréal. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade, da Universidade do Estado da Bahia (PPGEduC/UNEB) e credenciado no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Gestão e Tecnologia Aplicadas à Educação – GESTEC. Líder do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Representações, Educação e Sustentabilidade – GIPRES.

Referências

ALVES, N. Decifrando o pergaminho: o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de.; ALVES, Nilda. (Orgs.). Pesquisa no/do/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. Petrópolis, RJ: DP&A, 2008. p. 15-38. (Coleção Vida Cotidiana e Pesquisa em Educação).

ALVES, Nilda. Cultura e cotidiano escolar. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 62-74, mai./jun./jul./ago, 2003.

ALVES, Nilda. No cotidiano da escola se escreve uma história diferente da que conhecemos até agora. In: COSTA, Marisa Vorraber. (Org.). A escola tem futuro? 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. p. 77-96.

ALVES, Nilda; OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Uma história da contribuição dos estudos do cotidiano escolar ao campo do currículo. In: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. (Orgs.). Currículo: debates contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 13-54.

ALVES, NILDA. Compassos e descompassos do fazer pedagógico. In: GARCIA, Alexandra; OLIVEIRA, Inês Barbosa de. (Orgs.). Nilda Alves: praticantepensante de cotidianos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. p. 85-101.

ALVES, Nilda. O espaço escolar e suas marcas: o espaço escolar como dimensão material do currículo. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.

ANDRÉ, Marli E. D. A. de. A etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 1995.

BALANDIER, G. Essai d’identification du quotidien. Cahiers Internationaux de sociologie, vol. LXXIV, Paris: Puf, 1983. p. 5-12.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria da Educação Fundamental. Ministério da Educação e Cultura. 3. ed. Brasília, DF: MEC/SEF, 2001.

BRASIL. Plano Nacional de Educação 2014-2024. Ministério da Educação e Cultura. Brasília, DF: MEC, 2014. Disponível em: . Acesso em: 14 mai. 2015.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação e Cultura. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em: . Acesso em: 14 mai. 2016.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. 2ª versão revista. Brasília, DF: MEC, 2016.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. Tratado de Sociologia do Conhecimento. Tradução de Floriano de Souza Fernandes. 24 ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 5-247.

BLUMER, Herbert. Symbolic interactionism. New Jersey: Prentice-Hall, Inc.; Englewood Cliffs, 1969.

BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.

CASTRO, Iná Elias de. Prólogo. In: MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. Ed. revista e modificada. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 3.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: artes de fazer. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

CERTEAU, Michel de; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano 2: morar, cozinhar. Tradução de Ephraim F. Alves e Lúcia Endlich Orth. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

CHIZZOTTI, Antonio. O cotidiano e as pesquisas em educação. In: FAZENDA, Ivani. (Org.). Novos enfoques da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1992. p. 85-98.

COULON, Alain. Ethnométhodologie et education. Paris: PUF, 1995.

DELEUZE, Gilles; GUATTARRI, Félix. Introdução: Rizoma. In: DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs – Capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. v. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995. p. 10-36.

FERRAÇO, Carlos Eduardo. Pesquisa com o cotidiano. Educação Sociedade, Campinas, v. 28, n. 98, p. 73-95, jan./abr. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 18 abr. 2017.

FERRAÇO, Carlos Eduardo. Ensaio de uma metodologia efêmera: ou sobre as várias maneiras de se sentir e inventar o cotidiano escolar. In: ALVES, Nilda; OLIVEIRA, Inês Barbosa de. (Orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas – sobre redes de saberes. São Paulo: DP&A, 2008. p. 101-117. (Coleção e Pesquisa em Educação).

FERRAÇO, Carlos Eduardo; CARVALHO, Janete Magalhães. Currículos realizados e/ou vividos nos cotidianos de escolas públicas: sobre como concebemos a teoria e a prática em nossas pesquisas. In: MACEDO, E.; MACEDO, R. S.; AMORIM, A. C. (Orgs.). Como nossas pesquisas concebem a prática e com ela dialogam? Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2008. p. 4-13. Disponível em: <https://www.fe.unicamp.br>. Acesso em: 23 jun. 2016.

GARCIA, Regina Leite. Do baú da memória: histórias de professora. In: ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite. (Orgs.). O sentido da escola. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 43-63.

GARFINKEL, Harold. Studies in ethnomethodology. New Jersey: Prentice-Hall, Inc.; Englewood Cliffs, 1967.

GIARD, Luce. Momentos e lugares. In: CERTEAU, Michel de.; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano 2: morar, cozinhar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996. p. 17-29.

GIARD, Luce. História de uma pesquisa. In: CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 9-31.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991.

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. São Paulo: Paz e Terra, 1972.

HETKOWSKI, T. M. Prática instituinte e aprendizagem colaborativa. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE HIPERTEXTO – Desafios Linguísticos, Literários e Pedagógicos, 1., 2005, Recife. Anais... Recife: UPFE, 2005. CDROM.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos Municípios Brasileiros 2011. [Pesquisa de Informações Básicas Municipais]. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

IBGE. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo Escolar 2013. Ministério da Educação. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/>. Acesso em: 16 jun. 2015.

JUAN, S. Les formes élémentaires de la vie quotidienne. Paris: PUF, 1996.

JUNQUEIRA, Ivan. Poesia reunida. São Paulo: A Girafa, 2005.

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. O pensamento curricular no Brasil. In: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. (Orgs.). Currículo: debates contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 13-54.

LEFEBVRE, Henri. A produção do espaço. Tradução de Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins (do original: La production de l’espace. 4. ed. Paris: Éditions Anthropos, 2000). Primeira versão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

MAFFESOLI, Michel. O conhecimento comum: compêndio de sociologia compreensiva. Tradução de Aluizio Ramos Trinta. São Paulo: Brasiliense, 1988.

MELLO, Guiomar Namo de. Os 10 maiores problemas da educação básica no Brasil (e suas possíveis soluções). Edição de Fátima Ali. Agosto de 2003. Disponível em: <http://acervo.novaescola.org.br/>. Acesso em: 06 jan. 2017.

MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução de Eloá Jacobina. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. Ed. revista e modificada. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

NASCIMENTO, Antônio Dias; HETKOWSKI, Tânia Maria. Educação e comunicação: diálogos contemporâneos e novos espaços de reflexão. In: DIAS, Antônio; HETKOWSKI, Tânia Maria. (Orgs.). Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 135-158.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Currículos praticados: entre a regulação e a emancipação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Currículos e pesquisas com os cotidianos: o caráter emancipatório dos currículos “pensadospraticados” pelos “praticantespensantes” dos cotidianos das escolas. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo; CARVALHO, Janete Magalhães. (Orgs.). Currículos, pesquisas, conhecimentos e produção de subjetividades. Rio de Janeiro: DP&A, 2012. p. 47-70.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de.; ALVES, Nilda. (Orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

PAIS, José Machado. Nas rotas do quotidiano. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 37, p. 105-115, jun. 1993. Disponível em: <http://www.ces.uc.pt>. Acesso em: 23 jun. 2017.

PATTO, Maria Helena de Souza. A produção do fracasso escolar – Histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T. A. Queiroz, 1987.

PENIN, Sonia. Cotidiano e escola: a obra em construção. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

PEREIRA, Mateus Henrique de Farias; SARTI, Flávia Medeiros. A leitura entre táticas e estratégias? Consumo cultural e práticas epistolares. História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 14, n. 31 p. 195-217, mai./ago. 2010. Disponível em: . Acesso em: 17 mai. 2016.

SANTOS, Tarsis de Carvalho. Sob a égide da memória: as tecnologias de informação e comunicação na preservação da história das escolas da rede pública de ensino. 2016. 111 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2016.

SANTOS, Boaventura dos. Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.

SILVA, Kátia Feijó da; LYRIO, Kelen Antunes; MARTINS, Nicéa de Souza. Michel de Certeau e a Educação. Pró-Discente: Caderno de Prod. Acad.-Cient. Progr. Pós-Grad. Educ., Vitória, ES, v. 17, n. 2, p. 63-74, jul./dez. 2011. Disponível em: <https://portal.uneb.br/gestec>. Acesso em: 17 mai. 2016.

SCHUTZ, Alfred. Fenomenología del mundo social: Introducción a la sociología compreensiva. Tradução de Eduardo J. Prieto. Buenos Aires: Paidos, 1972.

SIMMEL, George. Sociologie et épistemologie. Paris: PUF, 1981.

SIROTA, Régine. L’École primaire au quotidien. Paris: PUF, 1988.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitude e valores do meio ambiente. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel, 1983.

Downloads

Publicado

2018-12-20

Como Citar

CORREIA, S. L. C. P.; BOMFIM, N. R. Narrar o cotidiano escolar: espaço vivido e currículos praticados. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 3, n. 9, p. 1029–1045, 2018. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2018.v3.n9.p1029-1045. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/5591. Acesso em: 19 nov. 2024.