Diários e inventários como processos formativos em dança
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2018.v3.n8.p711-725Palavras-chave:
Dança, Autobiografia, Diário, Inventário pessoalResumo
O presente texto discute o uso de diários de bordo e de inventários pessoais na formação do(a) artistadocente de dança. A partir dos relatos de estudantes de cursos de graduação em Dança, o artigo mostra as narrativas produzidas por estes e como estas são (auto)formativas. Para isso, o texto apresenta os conceitos de artistadocente e corpografias. Posteriormente, discorre sobre o uso de diários de bordo e de inventários pessoais. A presente discussão tem como principais aportes teóricos Fortuna (2012), Wegner (2011), Dominicé (2010) e Josso (2004). A partir da perspectiva de que criamos corpografias, o texto mostra como o trabalho com essas narrativas releva processos formativos e como a escrita das mesmas proporciona a construção do conhecimento como experiência e a formação de um(a) artistadocente reflexivo(a).
Downloads
Referências
ACASO, María. Reduvolution: hacer la revolución en la educación. Barcelona: Paidós, 2013.
BALDI, Neila Cristina. Por um balé somático: Cartas sobre o aprenderensinar balé clássico por meio das abordagens de Béziers e Laban/Bartenieff e do Construtivismo Pós-Piagetiano. 2017. 340 f. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.
BELLINI, Magda. O papel das imagens internas: a cegueira como potência cognitiva. In: KATZ, Helena; GREINER, Christine. (Org.). Arte e cognição: corpomídia, comunicação, política. São Paulo: Annablume, 2015. p. 77-110.
CONTRERAS, José. A autonomia de professores. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
CUNHA, Jorge Luiz da. Pesquisas com (auto)biografias: interfaces em tempos de individuação. In: PASSEGI, Maria da Conceição; ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto. (Orgs.). Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto)biográfica. Tomo I. Natal: EDUFRN; Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2012. p. 95-114.
DOMINICÉ, Pierre. O processo de formação e alguns dos seus componentes relacionais. In: FINGER, Mathias; NÓVOA, António. O método (auto)biográfico e a formação. São Paulo: Paulus; Natal: EDUFRN, 2010a. p. 81-96.
______. A biografia educativa: instrumento de investigação para a educação de adultos. In: FINGER, Mathias. NÓVOA, Antonio. O método (auto) biográfico e a formação. São Paulo: Paulus; Natal: EDUFRN, 2010b. p. 143-154.
FERRAROTTI, Franco. Sobre a autonomia do método biográfico. In: FINGER, Mathias; NÓVOA, António. (Orgs.). O método (auto)biográfico e a formação. São Paulo: Paulus; Natal: EDUFRN, 2010. p. 21-58.
FORTIN, Sylvie. Quando a ciência da dança e a educação somática entram na aula técnica de dança. Pro-posições, Campinas, Unicamp, v. 9, n. 2 (26), p. 79-95, junho de 1998.
FORTUNA, Tânia Ramos. Ludobiografia: uma invenção metodológica em pesquisa (auto)biográfica em educação. In: PASSEGI, Maria da Conceição; ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto. (Orgs.). Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto)biográfica. Tomo II. Natal: EDUFRN; Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2012. p. 165-202,
ICLE, Gilberto O que é pedagogia da Arte? In: ICLE, Gilberto. Pedagogia da arte: entre-lugares da escola – volume 2. Porto alegre: Editora da UFRGS, 2012. p. 11-22.
JACQUES, Paola Berenstein. Corpografias urbanas. Arquitextos, ano 8, fev. 2008. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.093/165>. Acesso em: 19 fev. 2017.
JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.
LANI-BAYLE, Martine. Narrativas de vida: motivos, limites e perspectivas. In: PASSEGI, Maria da Conceição; ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto. (Orgs.). Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto)biográfica. Tomo II. Natal: EDUFRN; Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2012. p. 59-78
LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
______. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., n. 19, p. 20-28, 2002. [on-line].
MARQUES, Isabel. O artista/docente: ou o que a arte pode aprender com a educação. Ouvirouver, Uberlândia v. 10, n. 2, p. 230-239, jul./dez. 2014.
MARQUES, Isabel; BRAZIL, Fábio. Arte em questões. São Paulo: Cortez, 2014.
MORANDI, Carla. A dança no ensino da arte. In: STRAZZACAPPA, Márcia; MORANDI, Carla. (Org.). Entre a arte e a docência: a formação do artista da dança. Campinas, SP: Papirus, 2010. p. 29-38.
OLIVEIRA, Marilda Oliveira de. O que pode um diário de aula? In: MARTINS, Raimundo; TOURINHO, Irene. (Orgs.). Processos e práticas de pesquisa em Cultura Visual e Educação. Santa Maria: Editora UFSM, 2013. p. 225-236.
OLIVEIRA, Valeska Fortes. A escrita como dispositivo na formação de professores. In: PERES, Lúcia Maria Vaz; ZANELLA, Andrisa Kemel. (Orgs.). Escritas de autobiografias educativas: o que dizemos e o que elas nos dizem? Curitiba: CRV, 2011. p. 123-135.
PEREIRA, Marcos Villela. Estética da professoralidade: um estudo crítico sobre a formação do professor. Santa Maria: Editora UFSM, 2013.
PERES, Lúcia Maria Vaz. No vai e vem da vida a escrita como um processo de (auto)formação. In: PERES, Lúcia Maria Vaz; ZANELLA, Andrisa Kemel. (Orgs.). Escritas de autobiografias educativas: o que dizemos e o que elas nos dizem? Curitiba: CRV, 2011. p. 65-78.
SALOSAARI, Paula. Multiple embodiment in classical ballet. Educating the Dancer as an Agent of Change in the Cultural Evolution of Ballet. 2001. 149 f. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Theatre Academy, Yliopistopaino, Helsinki, 2001.
SCHACK, Tomas. Building blocks and architecture of dance. In: BLÄSING, Betina; PUTTKE, Martin; SCHACK, Tomas. (Orgs.) The neurocognition of dance: mind, movement and motor skills. New York: Psychology Press, 2010. p. 11-40.
SHAPIRO, Sherry B. Em direção a professores transformadores: perspectivas feminista e crítica no ensino de dança. Pro-Posições, Campinas, v. 9, n. 2 (26), p. 35-53, jun. 1998.
SOUZA, Elizeu Clementino de. A arte de contar e trocar experiências: reflexões teórico-metodológicas sobre história de vida em formação. Revista Educação em Questão, Natal, EDUFRN, v. 25, n. 11, p. 22-39, jan./abr. 2006.
STINSON, Susan. Uma pedagogia feminista para a dança da criança. Pro-posições, Campinas, v. 6, n. 3, p. 77-89, nov. 1995.
STRAZZACAPPA, Márcia. Dançando na chuva... e no chão de cimento. In: FERREIRA, Sueli. (Org.). O ensino das artes – construindo caminhos. Campinas, SP: Papirus, 2012. p. 39-87.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
WEGNER, Bárbara Pires. Reelaboração de uma trajetória através da escrita de um diário. In: PERES, Lúcia Maria Vaz; ZANELLA, Andrissa Kemel. (Orgs.). Escritas de autobiografias educativas: o que dizemos e o que elas nos dizem? Curitiba: CRV, 2011. p. 12-34.
WOODRUFF, Dianne. Treinamento na dança: visões mecanicistas e holísticas. Cadernos do GIPE-CIT, Salvador, n. 2, p. 17-30, fev. 1999.
WOSNIAK, Cristiane. A universidade e a formação do artista-docente da(na)dança. Revista O Teatro Transcende, FURB, Blumenau, v. 22, n. 1, p. 3-18, 2017.
ZANELLA, Andrisa Kemel. Onde está a biografia do meu corpo? In: PERES, Lúcia Maria Vaz; ZANELLA, Andrisa Kemel. (Orgs.). Escritas de autobiografias educativas: o que dizemos e o que elas nos dizem? Curitiba: CRV, 2011. p. 9-26.