Cartografia de quem passeia pela cidade: narrativas de uma pesquisa em tese

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1176

Palavras-chave:

cartografia, cegueira, diario de pesquisa, passeio

Resumo

Na tessitura deste ensaio buscamos fazer um recorte das inquietações que compõem uma tese que está sendo produzida junto a um grupo de pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Educação de uma universidade pública. O trabalho se explicita como um exercício do pensamento que afirma a cartografia como um modo de fazer pesquisa, propondo o diário como uma força expressiva que suscita a conversa, colocando em debate alguns reducionismos que podem nos afetar quando nos encontramos com pessoas que experimentam a condição de cegueira em suas vidas. Trata-se de uma problematização que aposta no passeio pela cidade com estudantes cegos, entendendo este gesto como um modo de nos agenciarmos com as redes discursivas que tentam escapar dos processos de normatização, dando a ver o que há para além daquilo que foi instituído como norma-padrão. Nesse sentido, supõe-se que a ação de passear pode possibilitar um deslocamento por percursos mais sensíveis, nos quais forjamos um questionamento quanto ao que estamos produzindo na vida-educação.

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Biografia do Autor

Anelice Ribetto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Educação e Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisadora procientista da mesma instituição. Professora efetiva na Linha Políticas, Direitos e Desigualdades do Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos formativos e desigualdades sociais. Coordena o Coletivo "Diferenças e Alteridade na Educação" e faz parte do Grupo de Pesquisa Vozes da Educação (CNPq).

Débora Madeira , Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ). Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ). Atualmente exerce a função de assistente de alunos no Instituto Benjamin Constant (IBC), faz parte do Coletivo Diferenças e Alteridade na Educação. Interessa-se por pesquisar de modo implicado os processos que tentam normalizar a vida ratificando as desigualdades e a exclusão e deseja inventar uma trajetória formativa, que se comprometa com o cuidado ético e a interpelação pelo modo como se relaciona com os outres enquanto produz a vida.

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Publicado

2024-11-30

Como Citar

RIBETTO, A.; MADEIRA , D. Cartografia de quem passeia pela cidade: narrativas de uma pesquisa em tese. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 9, n. 24, p. e1176, 2024. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1176. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/18955. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Cidades e narrativas