Epístola, segundo Rubião Bovary, aos sobreviventes: um estudo psicossocial sobre o negrogay
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1110Palavras-chave:
Identidades, Negrogay, Pesquisa (Auto)BiográficaResumo
Este artigo retrata uma possível conversação entre dois homens negrogays, ambos sobreviventes de uma sociedade marcada por todo tipo de aleijamentos às alteridades. Este texto é consequência do longo tempo em que o primeiro autor esteve debruçado sobre a tese, orientada pela segunda autora, a partir da história de vida de um homem negrogay: Rubião Bovary. Devido à intensa e imersiva colaboração durante esses anos entre orientado/orientadora, estamos propondo um estudo em que, embora escrito na primeira pessoa do autor principal, é assinado por duas pessoas. Nesses termos, a epístola tem o objetivo de retomar os pontos mais importantes do estudo, os achados e argumentos que mereciam ser (re)visitados acerca do pretexto de uma conversa entre “íntimos” sem laços de convivência, mas, de algum modo, intrínsecos. Para tal, fez-se necessário o uso da metodologia (Auto)Biográfica, possibilitando o segredar de uma confidência privada, publicada em “alto e bom som” por quem não mais se conforma em viver no abafadiço espaço daquele famigerado “armário”. Este artigo, desse modo, propõe uma educação que possibilite falar de nós mesmos, a partir de nós e conosco, a fim de refazer nossos cotidianos.
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