Os Institutos Federais numa perspectiva de gênero, raça e classe: uma análise interseccional
DOI :
https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2022.v7.n.14081Mots-clés :
educação profissional, interseccionalidade, gênero, raça, classe socialRésumé
Este artigo apresenta algumas reflexões das autoras, que são pesquisadoras e docentes que desenvolvem estudos e pesquisas sobre a participação das mulheres no mundo do trabalho, especialmente no Brasil. Esta escrita tem como objetivo realizar uma análise do perfil dos/das estudantes dos Institutos Federais brasileiros numa perspectiva interseccional, incorporando no debate dados sobre raça, classe e gênero, nas modalidades presenciais e a distância. Para isso, foram utilizados os dados da plataforma Nilo Peçanha (dados do ano de 2019). Sobre os referenciais teóricos adotados, o conceito de interseccionalidade permeia o texto, aliado a contribuição de referenciais que compõe o campo dos estudos feministas e dos estudos sobre o mundo do trabalho. No que se refere aos aspectos metodológicos, foram utilizadas abordagens tanto quantitativas como qualitativas, considerando-as em suas complementaridades. O resultado do processo de análise dos dados demonstrou que, apesar do equilíbrio nas matrículas de estudantes homens e mulheres nos IFs, prevalece a divisão sexual em determinadas áreas de conhecimento. Em relação à raça, as matrículas de estudantes de cor preta e parda predominam em quase todas as regiões do país, exceto na região Sul. Entretanto, quando se incorpora na análise o marcador de classe social, as famílias que possuem maior renda são as brancas, e as menores rendas são das famílias pretas. São esses últimos também, que possuem menos acesso aos salários mais altos. Assim, é possível concluir que a divisão sexual do trabalho se mantém na realidade brasileira, apesar do visível aumento da incorporação das mulheres, tanto como estudantes do ensino técnico como trabalhadoras no mundo do trabalho. Dessa forma, a perspectiva interseccional permitiu verificar que, em conjunto com o gênero, funciona outros marcadores sociais, como classe social e raça.
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