A construção do conhecimento ortográfico no contexto das interações adulto-criança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2020.v5.n3.10198

Palavras-chave:

Língua escrita, Processos cognitivos, Ortografia, Práticas interativas

Resumo

Partindo do problema do desempenho insuficiente nas habilidades de escrita de estudantes brasileiros, o artigo tem o objetivo de apresentar uma pesquisa sobre o papel da interação entre adulto e criança na construção do conhecimento ortográfico. Para tanto, recupera parte de um estudo de caso longitudinal em curso, realizado com alunos de uma escola privada em Santos/SP, em cinco etapas entre o 2º e o 4º ano do Ensino Fundamental (período em que o escrever corretamente passa a ser um foco especial de conquista cognitiva e, consequentemente, de ensino). Valendo-se do referencial teórico dos estudos psicogenéticos e histórico-culturais (a concepção das crianças como sujeitos ativos e protagonistas da aprendizagem; a língua como prática social e a interação como favorecimento da aprendizagem), o estudo centrou-se na problematização, feita de modo interativo, sobre as formas de escrever. Realizada a partir de dois eixos de atividade (ditado de palavras e reescrita de contos), a coleta de dados visou apreender a compreensão das estratégias infantis ou das reflexões empreendidas na busca de referências para a correção da escrita, chegando, assim, a quatro categorias: a escrita validada pela pauta sonora, a validação da escrita com base em alguém mais experiente (um “interlocutor autorizado”), o apoio na imagem visual da palavra e, finalmente, a evocação da norma ortográfica. Embora essas categorias estejam sempre presentes nos diferentes estágios de escolaridade (e de conhecimento), a análise quanti-qualitativa dos dados evidenciou o predomínio de umas sobre as outras que, em movimentos ascendentes e descendentes, marcam um percurso de crescente autonomia e consciência metalinguística. A partir da compreensão sobre os processos cognitivos do conhecimento ortográfico – a variedade das estratégias de escrita ou de validação da escrita e caminhos de progressão –, é possível vislumbrar algumas implicações pedagógicas que subsidiam a revisão de práticas pedagógicas.

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Biografia do Autor

Elaine C. R. Gomes Vidal, Universidade São Judas Tadeu

Universidade São Judas Tadeu (USJT). Mestre e Doutoranda em Psicologia, Linguagem e Educação pela Faculdade de Educação da USP. Grupo de Pesquisa Novas Arquiteturas Pedagógicas. Docente da Universidade São Judas Tadeu. Brasil. ORCID: 0000-0003-0320-217. E-mail: elainecrgvidal@gmail.com.

Silvia de Mattos Gasparian Colello, Universidade de São Paulo

Universidade de São Paulo (USP). Doutora e Livre Docente pela Faculdade de Educação da USP. Docente da Pós-graduação na FEUSP. Grupos de Pesquisa: NAP e CEMOrOc. Brasil. ORCID: 000-002-8813-8092. E-mail: silviacolello@usp.br. www.silviacolello.com.br

Referências

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

VIDAL, E. C. R. G.; COLELLO, S. de M. G. A construção do conhecimento ortográfico no contexto das interações adulto-criança. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 5, n. 3, p. 144–165, 2020. DOI: 10.29378/plurais.2447-9373.2020.v5.n3.10198. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/plurais/article/view/10198. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático