Escrevivendo memórias de um passado nem tão distante
da sala de costura à cozinha, um caminho afetivo de minhas avós
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.i1.a19860Palavras-chave:
Memórias, movimentos, passado, história, Cartografia afetivaResumo
Esse artigo trouxe a experiência de reviver histórias passadas com os meus entes, buscou imprimir minha formação através das memórias vividas, e fui apresentada a um lugar até então desconhecido. O objetivo desse estudo foi revisitar memórias de um passado não tão distante e que se deparou em muitos momentos com a minha formação. Utilizei como metodologia a cartografia sentimental de Rolnik (2016), na qual ela explica a exteriorização dos sentimentos, através da delineação dos movimentos. Além de utilizar a teoria cultural de Assmann (2006), a qual me trouxe a conexão da minha identidade. Como resultado, pude experimentar, escreviver, que, segundo Conceição Evaristo (2020), traz a junção das palavras "escrever e vivência", mas a força de sua ideia não está somente nessa aglutinação; ela está na genealogia da ideia, como e onde ela nasce e a que experiências étnica e de gênero ela está ligada, e reviver experiências passadas que, para a Estés (2018), é uma experiência que pode tocar a nossa alma. Com isso, deparei-me com a Polilógica de Galeffi (2017), quando ele diz que a vida humana não só pode se modificar pelas experiências vividas, mas também pode se formar por elas e que podemos dizer que as nossas aquisições ao longo de todo o nosso processo de formação foram devidas a essas experiências. Concluí que, nesse processo de redescobertas das minhas conexões com o que sou, os saberes que foram transmitidos por minhas avós, no presente momento, fizeram parte da minha formação. Portanto, foi de grande importância trazer à luz toda a minha história. Às vezes, enquanto eu me aprofundava em meu passado, meus sentimentos ficavam tão fortes que eu não conseguia expressá-los em palavras. E é isso que me faz dizer que parte de mim pertence ao meu passado, parte de mim pertence ao meu presente e uma pequenina parte de mim pertence ao meu futuro – embora ainda seja desconhecido.
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Referências
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