PLANTAS ALIMENTÍCIAS ESPONTÂNEAS CONHECIDAS PELOS MORADORES DO VAU DA BOA ESPERANÇA, MUNICÍPIO DE BARREIRAS, OESTE DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Cerrado, etnobotânica, plantas alimentícias silvestres.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi identificar as principais espécies alimentícias espontâneas e sua importância em uma comunidade rural do município de Barreiras, Oeste da Bahia. Os dados foram coletados por meio de lista livre e entrevistas semiestruturadas. Para a análise de dados, foram calculados a frequência de citações, o uso real e potencial das espécies. A amostra foi constituída de 22 informantes adultos. Foram registradas 36 espécies. As espécies mais frequentes foram Annona crassiflora, Mauritia flexuosa e Caryocar brasiliense. A parte comestível mais utilizada pelos moradores foi o fruto, consumido principalmente in natura. A maior parte da coleta é extrativista e o principal local de coleta é a vegetação nativa. Das dez principais espécies alimentícias conhecidas na localidade, apenas Hymenaea stigonocarpa tem alto valor potencial. Do ponto de vista da conservação das espécies, este trabalho aponta para a necessidade de se desenvolverem estudos na localidade que avaliem o estado das populações das espécies na vegetação local, o impacto da coleta de frutos nessas populações e as estratégias de manejo local específicas para as espécies.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Viviany Teixeira do Nascimento, Universidade do Estado da Bahia

Doutorado em Biotecnologia pela RENORBIO, professora adjunta da Universidade do Estado da Bahia, Campus IX. Endereço para contato: Rodovia BR 242, Km 4, s/n, Loteamento Flamengo, Barreiras-BA, CEP: 47800-000, telefone: (77) 3612 6743.

Hélida de Carvalho Pereira, Universidade do Estado da Bahia, Campus IX

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, Campus IX;

Aline Santos Silva, Universidade do Estado da Bahia, Campus IX

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, Campus IX;

Alissandra Trajano Nunes, Faculdade Guararapes

Doutorado em Biotecnologia pela RENORBIO, professora da Faculdade Guararapes

Patrícia Muniz de Medeiros, Universidade Federal do Oeste da Bahia

Doutorado em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Professora adjunta da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Campus Professor Hedgar Santos, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

Referências

ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R.; ALENCAR, N. L. Métodos e técnicas para coleta de dados etnobiológicos. In. ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L. F. V. C. (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. Recife: Nuppea, 2010. p. 39-64.

ARAÚJO, E. L.; FERRAZ, E. M. N. Análise da vegetação nos estudos etnobotânicos. In. ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L. F. V. C. (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. Recife: Nuppea, 2010, p. 223-254.

ARENAS, P.; SCARPA, G. F. Edible wild plants of the Chorote Indians, Gran Chaco, Argentina. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 153, p. 73-85, 2007.

AYRES, J. R. M. et al. Bioestat versão 5.0: aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Belém: Tefé-Sociedade Civil Mamirauá/MCT CNPq, 2007.

BAHIA. Territórios de identidade. Salvador: Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia, 2014. Disponível em: <http://www.seplan.ba.gov.br/territorios-de-identidade/mapa>. Acesso em 16 mar. 2014.

BALEMIE, K.; KEBEBEW, F. Ethnobotanical study of wild edible plants in Derashe and Kucha Districts, South Ethiopia. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2, n. 53, 2006.

BATISTELLA, M. et al. Monitoramento da expansão agropecuária na região oeste da Bahia. Campinas: EMBRAPA Monitoramento por Satélite, 2002.

BHATTARAI, S.; CHAUDHARY, R. A.; TAYLOR, R. S. Wild edible plants used bythe people of Manang District, Central Nepal. Ecology of Food and Nutrition, v. 48, p. 1-20, 2009.

CABALLERO, J. EI uso de la diversidad vegetal en México: tendencias y perspectivas. In. LEFF, E (ed.). Medio Ambiente y desarroIlo en México. México: Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Humanidades-UNAM, 1990. p. 257-290.

CHAVES, E. M. F.; BARROS R. F. M. Plantas de uso alimentício no semi-árido piauiense, Nordeste, Brasil. In. LOPES W. G. R; MONTEIRO M. S. L.; MOITA N. J. M. Sustentabilidade do semi-árido. Teresina: EDUFPI, 2009.

HUNTINGTON, H. P. Using traditional ecological knowledge in science: methods and applications. Ecological Applications, v. 10, n. 5, p. 1270-1274, 2000.

HOFT, M.; BARIK, S. K.; LYKKE, A. M. Quantitative ethnobotany. Applications of multivariate and statistical analyses in ethnobotany. People and Plants Working n. 6, 1999.

HUGHES, J. Just famine foods? What contributions can underutilized plants make to food security? International symposium on underutilized plants for food security, nutrition, income and sustainable development. Acta Horticulturae, v. 806, p. 39-47, 2009.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico. 2010. Disponível em <http://cidades.ibge.gov.br/>. Acesso 22 maio 2014.

KINNUP, V. F. Plantas alimentícias não-convencionais da região metropolitana de Porto Alegre, RS. 2007. 562 f. Tese (Doutorado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

LADIO, A. H.; LOZADA, M. Edible wild plant use in a Mapuche community of Northwestern Patagonia. Human Ecology, v. 28, n. 1, p.: 53-71, 2000.

LADIO, A. H. The maintenance of wild edible plant gathering in a Mapuche community of Patagonia. Economic Botany, v. 55, n. 2, p. 243-254, 2001.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Vol 3. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011.

MATUDA, T. G.; NETTO, F. M. Caracterização química parcial da semente de jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 25, n. 2, 2005.

MENDONÇA, J. O. O potencial do crescimento da produção de grãos no oeste da Bahia. Bahia Agrícola, v. 7, n. 2, p. 38-46, 2006.

MSUYA, T. S.; KIDEGHESHO, J. S.; MOSHA, T. C. E. Availability, preference, and consumption of indigenous forest foods in the Eastern Arc Mountains, Tanzania. Ecology of Food and Nutrition, v. 49, p. 208-227, 2010.

NASCIMENTO, V. T. et al. Knowledge and use of wild food plants in areas of dry seasonal forests in Brazil. Ecology of Food and Nutrition, v. 52, p. 317-343, 2013.

PARDO-DE-SANTAYANA, M. et al. Diversity and selection of wild food plants in six regions of Northwestern Iberian Peninsula (Spain and Portugal). In: International Congress of Ethnobotany (ICEB), Istanbul, 2007.

PEEL, M. C.; FINLAYSON, B. L.; MCMAHON, T. A. Updated world map of the Koppen-Geiger climate classification. Hydrology and Earth System Sciences, Goettingen, v. 11, p. 1633-1644, 2007.

SCARPA, G. F. Wild food plants used by the indigenous peoples of the South American Garan Chaco: A general synopsis and intercultural comparison. Journal of Applied Botany and Food Quality, n. 83, p. 90-101, 2009.

SILVA JÚNIOR, M. C. 100 árvores do Cerrado: guia de campo. Brasília: Rede de sementes do Cerrado, 2005.

SILVA, M. R.; SILVA, M. A. A. P.; CHANG, Y. K. Utilização da farinha de jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart.) na elaboração de biscoitos tipo cookie e avaliação de aceitação por testes sensoriais afetivos univariados e multivariados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 18, n. 1, 1998.

SILVA, M. R. et al. Utilização tecnológica dos frutos de jatobá-do-cerrado e de jatobá-da-mata na elaboração de biscoitos fontes de fibra alimentar e isentos de açúcares. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 21, n. 2, p. 176-182, 2001.

SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.

Downloads

Publicado

2015-04-30

Como Citar

NASCIMENTO, V. T. do; PEREIRA, H. de C.; SILVA, A. S.; NUNES, A. T.; MEDEIROS, P. M. de. PLANTAS ALIMENTÍCIAS ESPONTÂNEAS CONHECIDAS PELOS MORADORES DO VAU DA BOA ESPERANÇA, MUNICÍPIO DE BARREIRAS, OESTE DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL. Revista Ouricuri, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 086–109, 2015. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/ouricuri/article/view/1270. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão