O meme ensina?

Representações com o sujeito surdo em memes da internet

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v9n1.p123

Palavras-chave:

Meme, Sujeito surdo, Representação, Pedagogias culturais

Resumo

Nesta pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, buscou-se analisar como o sujeito surdo é representado em memes que circulam na internet à luz dos Estudos Culturais da Educação, verificando-se os lugares e papéis outorgados à pessoa surda nessas pedagogias culturais. Para tanto, utilizou-se a página do Facebook “As Aventuras de Gerso, O Surdo” como campo de pesquisa, na qual são publicados e compartilhados memes que satirizam a surdez. Verificou-se que as representações com o sujeito surdo são embasadas pela concepção de surdez como falta, e não como diferença cultural. Os memes funcionam como pedagogias culturais que propagam ensinamentos estereotipados sobre as identidades surdas e outorgam lugares e papéis inferiorizados perante todo o sistema que as cerca. Por fim, propôs-se a produção de memes, valendo-se do aplicativo “Meme Generator”, como forma de possibilitar outras representações com o sujeito surdo na escola.

[Recebido: 31 jul. 2021 – Aceito: 18 ago. 2021]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine Reis Laureano, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutora em Letras (UFPB) e Doutoranda em Educação (UFPB), Mestra em Linguagem e Ensino (UFPB), Especialista em Ensino de Português como Segunda Língua para Surdos (IFPB) e Libras (UCDB), Licenciada em Letras/língua vernácula (UFCG) e em Pedagogia (UEPB). Professora de português e Libras (UFPB). Trabalhou como professora de português em uma escola específica para surdos e em uma escola de educação especial com alunos surdos e ouvintes com deficiência intelectual na Rede Estadual da Paraíba. Pesquisa representações com sujeitos surdos em mídias digitais, com base nos Estudos Culturais e na Análise do discurso (AD), de linha francesa.

Bruna Kedman Nascimento de Souza Leão, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Formada em Pedagogia e Mestra em Educação pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em Psicopedagogia Institucional pelo CINTEP-PB. Atualmente atua como Professora de Leitura e Produção Textual nos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede privada.

Walquiria Nascimento da Silva, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Mestra em Educação (UFPB), especialista em Língua Brasileira de Sinais, Licenciatura em Letras-Libras e em Pedagogia. Atualmente, Professora de Libras na modalidade presencial e EAD (UFPB). Trabalhou como professora de Libras em Instituição de Ensino Superior da rede privada e na rede básica de ensino, atuando principalmente na educação infantil.

Referências

ANDRADE, P. D.; COSTA, M. V. Usos e possibilidades do conceito de pedagogias culturais nas pesquisas em estudos culturais em educação. Textura, Canoas, v. 17, n. 34, p. 48-63, maio-ago. 2015. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/txra/article/view/1501. Acesso em: 22 maio 2019.

AS AVENTURAS DE GERSO, O SURDO. Memes. Facebook: As Aventuras de Gerso, O Surdo. Dsponível em: https://m.facebook.com/asaventurasdegerso/?ti=as. Acesso em: 10 ago. c2019.

BUCKINGHAM, D. Cultura digital, educação midiática e o lugar da escolarização. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 37-58, 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/13077. Acesso em: 6 jun. 2019.

BRASIL. Lei n. 10.436, de 24 abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 abr. 2002.

BRASIL. Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10. 436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 2002.

COELHO, C. Que histórias os memes podem nos contar? Pedagogias Culturais e Currículo. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto) Biográfica. Salvador, v. 2, n. 6, p. 615-628, dez. 2017. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/3895. Acesso em: 5 jul. 2019.

COSTA, M. V.; ANDRADE, P. D. Na produtiva confluência entre educação e comunicação, as pedagogias culturais contemporâneas. Perspectiva, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 843-862, dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2015v33n2p843. Acesso em: 6 maio 2019.

DAWKINS, R. O gene egoísta. São Paulo: Cia das Letras, 2007. [Publicado originalmente em 1976].

FELIPE, T. Libras em contexto: curso básico, livro do estudante/cursista. 2. ed. Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos, MEC: SEESP, 2001.

FOLHA DE S. PAULO. Entenda o que é web 2.0. Folha de S. Paulo, São Paulo, 10 jun. 2006. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml. Acesso em: 10 ago. 2021.

GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

GIROUX, H. A. Praticando os Estudos Culturais nas Faculdades de Educação. In: SILVA, T. T. da (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. p. 85-103. GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus Editora, 2001.

GREEN, B.; BIGUM, C. Alienígenas em sala de aula. In: SILVA, T. T. da (Org.). Alienígenas na sala de aula: introdução aos estudos culturais em educação. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. p. 203-237.

HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul.-dez. 1997. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71361/40514. Acesso em: 18 jul. 2018.

HEINSFELD, B. D.; PISCHETOLA, M. Cultura digital e educação, uma leitura dos Estudos Culturais sobre os desafios da contemporaneidade. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. São Paulo, v. 12, n. esp. 2, p. 1349-1371, ago. 2017. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/10301/6689. Acesso em: 31 maio 2019.

MARTÍN-BARBERO, J. Comunicação e mediações culturais. [Entrevista concedida a Claudia Barcelos]. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 151-162, jan-jun. 2000. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/article/view/2010. Acesso em: 9 maio 2019.

MARTÍN-BARBERO, J. A comunicação na Educação. São Paulo: Contexto, 2014. SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 156 p.

STROBEL, K. L. A visão histórica da in (ex)clusão dos surdos nas escolas. Dossiê Grupo de Estudos e Subjetividades. ETD – Educação Temática Digital (ETD), Campinas, v. 7, p. 245-254, jun. 2006.

STROBEL, K. L. A. As imagens do outro sobre a cultura surda. 3. ed. Florianópolis: UFSC, 2015.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T. da (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. p. 7-72.

Publicado

2021-10-30

Como Citar

LAUREANO, E. R.; LEÃO, B. K. N. de S.; SILVA, W. N. da. O meme ensina? Representações com o sujeito surdo em memes da internet. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 9, n. 1, p. 123–151, 2021. DOI: 10.30620/gz.v9n1.p123. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/12403. Acesso em: 19 abr. 2024.