Mídias, discursos e representações
a África a partir do cinema hollywoodiano
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v5n2.p173Keywords:
África, Cinema, Representações, Mídias, DiscursosAbstract
O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre as representações do continente africano, baseadas em estereotipias existentes em três narrativas fílmicas: O Congo, O Espírito da Selva e Madagascar I. Nas análises observa-se a existência de representações sobre o continente africano e seus habitantes que não levam em conta as multiplicidades e diferenças existentes nos mais variados povos que habitam este continente. Estes filmes consagram, em geral, certezas cristalizadas sobre o continente africano, ora naturalizando a violência e a fome, ora apostando nos clichês da violência, guerras, doenças, desordem e ausência de valores civilizatórios. Percebe-se então, que a indústria cinematográfica reitera valores eurocêntricos para representar o continente africano sob a marca do homogêneo. Este trabalho analisa estas representações, cotejando-as com bibliografia existente sobre a história do continente africano, como também procura discutir as concepções existentes nas representações que marcam a África e seus habitantes como sendo um “lugar” diferente dos demais, qual seja, um “lugar” de seres desprovidos de racionalidade, sentido histórico e cultural.
[Recebido: 05 de jul de 2016 – Aceito: 09 de nov de 2016]
Downloads
References
AUMONT, Jacques; MARIE, Michel. A análise do filme. Lisboa: Texto & Gráfica, 2009.
CHARTIER, Roger. A História Cultural entre Práticas e Representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
DELEUZE, Giles. Cinema 1. A imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1983.
FROBENIUS, Leo; FOX, Douglas C. A gênese africana. Contos, mitos e lendas da África. São Paulo: Landy Editora, 2005.
GARDIER, René. Compreender o cinema e as imagens. Lisboa: Edições Texto e Grafia, 2007.
GARCIA, Ana Carolina. A Fantástica Fábrica de Filmes: como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema. Rio de Janeiro: SENAC, 2012.
HEGEL, Wilhelm Friedrich. Introdução à história da filosofia. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.
KIZERBO, Joseph (Org.). História Geral da África, v. I – Metodologia e pré-história da África. Brasília, UNESCO/ MEC, 2010.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura – Um conceito antropológico. São Paulo: Zahar, 2008.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2006.
METZ, Christian. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 2010.
M´BOKOLO, Elikia. África negra. História e civilizações – tomo I (até o século XVIII). Salvador/São Paulo: Editora da UFBA/Casa das Áfricas, 2009.
MASCARELLO, Fernando. Cinema Hollywoodiano contemporâneo. In: História do cinema mundial. MASCARELLO, Fernando (Org.). Campinas: Papirus, 2006.
NÓVOA, Jorge e BARROS, José D‘Assunção. Cinema-história: teoria e representações sociais no cinema. Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.
O’BRIEN, Patrícia. A História da cultura de Michel Foucault. In: HUNT, Lynn (Org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ROCHA, Everaldo P. Guimarães. O que é etnocentrismo? São Paulo: Brasiliense, 2006.
SERRANO, Carlos; WALDMAN, Maurício. Memória D´África. A temática africana em sala de aula. São Paulo: Cortez, 2007.
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica: multiculturalismo e representação. São Paulo: CosacNaify, 2006.
SOARES, Mariza de Carvalho; FERREIRA, Jorge (Org.). A História vai ao Cinema. Vinte filmes brasileiros comentados por historiadores. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2017 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.