Função de alteridade: o Cangume, a professora, a escola e a universidade
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p21-33Palavras-chave:
Racismo, Caridade, Política, Linguística, AfricanismosResumo
Este texto investiga, por meio de uma pequena série de situações históricas e cenas etnográficas, a construção e a ressignificação da fronteira simbólica que marca a distância e a proximidade entre a comunidade quilombola do Cangume (Itaóca –SP) e a sociedade branca do seu entorno. Neste relato, que cobre desde a década de 1970 até o momento presente, ganha destaque o papel desempenhado por agentes, saberes e práticas escolares. Posto de observação, marcador da distância ou agência de aproximação, a escola serviu como espaço de reelaboração simbólica da fronteira cujos conteúdos e sentidos foram sendo alterados ao longo do tempo. Nosso objetivo é chamar atenção para a “função de alteridade” desempenhada por esta fronteira, iluminando com o caso do Cangume um dispositivo comum e mais geral que marca a relação entre outras comunidades quilombolas e as populações do seu entorno e,em especial, com a escola.
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Atualizado em 15/07/2017