Narrando o exame Celpe-Bras e o convênio PEC-G:a construção de territorialidades em tempos de internacionalização
DOI :
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2014.v23.n41.p%25pMots-clés :
Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras)., Internacionalização, TerritorialidadesRésumé
O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), intercâmbio de cooperação estudantil do Brasil com países em desenvolvimento, é importante instrumento de internacionaliza-ção das universidades brasileiras. Oferecendo vagas para cursos de graduação, apresenta-se com objetivo de fortalecer relações
culturais e econômicas com os países beneficiados, notadamen-te africanos, contudo, estipula regras estritas, exigindo que o aluno custeie sua estada no país e apresente o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Afiliando-se à Linguística Aplicada Indisciplinar, na pers-pectiva de Moita Lopes, em diálogo com posições pistemológicas dos estudos pós-colonialistas de Bhabha, esta pesquisa nvestiga
como quatro estudantes congoleses narram o Celpe-Bras e o PEC-G, posicionando-se e sendo posicionados em relação a eles, e como performatizam narrativamente suas des(re)territorializa-ções. O corpusanalisado constitui-se principalmente de áudio-gravações de interações em aulas de português L2 e de conver-sas e trocas de e-mail com os estudantes e responsáveis pelo convênio.
A análise indicou que os estudantes conceberam o Celpe-Bras como um instrumento que contribui para a apropriação de espaços e construção de multiterritorializações, e o PEC-G como um instrumento que restringe e controla essas apropriações, gerando territorializações precárias e vivências marcadas por preconceitos e exclusões. A análise das narrativas aponta a necessidade de se repensar o funcionamento dessa política pública, problematizando o papel do Brasil como agente de
horizontalidades.
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Atualizado em 15/07/2017