POR QUE ETNOGRAFIA NO SENTIDO ESTRITO E NÃO ESTUDOS DO TIPO ETNOGRÁFICO EM EDUCAÇÃO?
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2013.v22.n40.p69-81Palabras clave:
Etnografia educacional, Pesquisa educacional, Antropologia da educaçãoResumen
A ampliação das metodologias qualitativas na pesquisa educacional tem aberto inúmeras novas possibilidades de investigação. Uma que tem alcançado grande visibilidade entre os pesquisadores é a etnográfica, oriunda da antropologia. Contudo, há claramente, em boa parte das pesquisas realizadas no campo da educação, uma utilização da etnografia de forma instrumental, reduzindo-a a uma técnica de coleta de dados, o que se origina numa perspectiva deturpada e empobrecedora sobre ela. Essa forma de apropriação é sintetizada muitas vezes na afirmação de que não se realizam pesquisas etnográficas na educação, mas sim pesquisas “do tipo”, “de inspiração” “de cunho”, “de caráter” etnográfico. Buscamos neste artigo afirmar a pesquisa etnográfica no campo educacional, esclarecendo alguns de seus pressupostos epistemológicos, e refutando alguns argumentos utilizados para a sua negação.
Descargas
Citas
ANDRÉ, Marli. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus: 1995.
BENEDICT, Ruth. O crisântemo e a espada. São Paulo: Perspectiva, 2004.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
BRANDÃO, Zaia. A dialética micro/macro na sociologia da educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 113, p. 153-165, jul. 2001.
BUENO, Belmira Oliveira. Entre a antropologia e a história: uma perspectiva para a etnografia educacional. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 2, 2007. p. 471-501.
CALDAS, Aline Castro. et al. O sentido da etnografia nas pesquisas em educação no Brasil (1987-2008). In: ROCHA, Gilmar; TOSTA, Sandra (Org.). Caminhos da pesquisa: estudos em linguagem, antropologia e educação. Curitiba: CRV, 2012. p. 13-32.
CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In: MOREIRA, Antônio Flávio; CANDAU, Vera Maria (Org.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. p. 13-37.
CARDOSO, Ruth. Aventuras de antropólogos em campo ou como escapar das armadilhas do método. In: ______ (Org.) A aventura antropológica: teoria e pesquisa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 95-106.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2011.
DAMATTA, Roberto. O ofício do etnólogo, ou como ter 'Anthropological Blues'. In: NUNES, Edson de Oliveira (Org.). A aventura sociológica: objetividade, paixão, improviso e método na pesquisa social. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 23-35.
DAUSTER, Tãnia; TOSTA, Sandra; ROCHA, Gilmar. Introdução. In: ______ (Org.). Etnografia e Educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012. p. 15-22.
DURHAM, Eunice. A pesquisa antropológica com populações urbanas: problemas e perspectivas. In: CARDOSO, Ruth (Org.). A aventura antropológica: teoria e pesquisa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 17-37.
FONSECA, Claudia. Quando cada caso não é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 10, p. 58-78, 1999.
GATTI, Bernadete; ANDRÉ, Marli. A relevância dos métodos de pesquisa qualitativa em Educação no Brasil. In: WELLER, Vivian; PFAFF, Nicolle (Org.). Metodologias da pesquisa qualitativa em Educação: teoria e prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 29-38.
GARCIA, Tania Braga. Origens e questões da etnografia educacional no Brasil: um balanço de teses e dissertações (1981-1998). 2001. 308 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
______. Nova luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
______. Obras e Vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2004.
GIDDENS, Anthony. Em defesa da Sociologia. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
GUBER, Rosana. La etnografía: método, campo y reflexividad. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2012.
GUSMÃO, Neusa Maria. Antropologia e Educação: origens de um diálogo. Cadernos CEDES, Campinas, SP, n. 43, p. 8-25, 1997.
LAPLANTINE, François. La description ethnographique. Paris: Armand Colin, 2011.
LIMA, Paulo Gomes. Tendências paradigmáticas na pesquisa educacional. 2001. 301 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2001.
MALINOWSKI, Bronislaw. Os argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1976.
MAINARDES, Jefferson; MARCONDES, Maria Inês. Reflexões sobre a etnografia crítica e suas implicações para a pesquisa em Educação. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 36, n. 2, p. 425-446, maio/ago. 2011.
MATTOS, Carmen Lúcia Guimarães; FONTOURA, Helena Amaral da (Org.). Etnografia e Educação: relatos de pesquisa. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2009.
MAUSS, Marcel. Manuel d'ethnographie. Paris: Payot, 1967.
OLIVEIRA, Amurabi. Antropologia e antropólogos, Educação e educadores: o lugar do ensino de Antropologia na formação docente. PerCursos (UDESC), Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 120-132, jan./jun. 2012.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo. São Paulo: Editora UNESP, 2006.
PEIRANO, Mariza. A favor da etnografia. Anuário Antropológico, Brasília, DF, n. 130, p. 197-223, 1992.
______. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume Dumara, 1995.
______. A teoria vivida: e outros ensaios de antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
PIMENTEL, Álamo. Considerações sobre a autoridade e o rigor nas etnografias da educação. In: MACEDO, Roberto Sidnei; GALEFFI, Dante, PIMENTEL, Álamo (Org.). Um rigor outro: sobre a questão da qualidade na pesquisa qualitativa. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 127-173.
ROCKWELL, Elsie; EZPELETA, Justa. Escola: relato de um processo inacabado de construção. Currículo sem fronteiras, Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 131-147, jul./dez. 2007.
SANTOS, Ana Katia Alves; BATISTA, Hildonice de Souza. A valorização da etnografia em práticas alfabetizadoras para a infância. In: SANTOS, Ana Katia Alves; SOUZA, Maria Anete Marçal de; ALMEIDA, Myrla Duarte de (Org.). Alfabetização para a infância: práticas etnográficas. Salvador: Edufba, 2012. p. 17-40.
SARMENTO, Manuel Jacinto. O estudo de caso etnográfico em educação. In: ZAGO, Nadir; CARVALHO, Marília Pinto de; VILELA, Rita Amélia Teixeira (Org.). Itinerários de pesquisa: perspectivas qualitativas em sociologia da educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2011. p. 137-179.
SILVA, Vagner Gonçalves da (Org.). Antropologia e seus espelhos: a etnografia vista pelos observados. São Paulo: FFLCH-USP/FAPESP, 1994.
TOSTA, Sandra Pereira; MOREIRA, Heloisa; BUONINCONTRO, Renata. Os usos da etnografia na pesquisa educacional. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 26., 2008, Porto Seguro, BA. Anais... Porto Seguro, BA: Associação Brasileira de Antropologia, 2008. p. 1-14.
VALENTE, Ana Lúcia. Usos e abusos da Antropologia na pesquisa educacional. Pro-Posições, v. 7, n. 20, p. 54-64, 1996.
VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
______. O desafio da proximidade. In: VELHO, Gilberto; KUSCHNIR, Karina (Org.). Pesquisas Urbanas: desafios do trabalho antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 208-220.
WELLER, Vivian; PFAFF, Nicolle. Pesquisa qualitativa em Educação: origens e desenvolvimento. In: ______ (Org.). Metodologias da pesquisa qualitativa em Educação: teoria e prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
WOLF, Eric. Antropologia e poder. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2003.
ZANTEN, Agnès Henriot-Van; DEROUET, Jean-Louis; SIROTÁ, Regine. Abordagens etnográficas em sociologia da educação. In: FORQUIN, Jean-Claude (Org.) Sociologia da educação: dez anos de pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 205-295.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017