“A escola deveria ser afago pra gente”: ocupar e tornar a escola pública

Autores

  • Denise De Sordi Pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIUBE. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU). Investigadora Associada do Grupo de Investigação História Global do Trabalho e dos Conflitos Sociais (IHC/UNL). Profa. Substituta no ICHPO/UFU. http://orcid.org/0000-0003-0536-2863 http://lattes.cnpq.br/0075371651698491
  • Douglas Gonsalves Fávero Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bolsista FAPEMIG. Mestre em Educação pelo PPGED/UFU. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU). http://orcid.org/0000-0002-1170-3727 http://lattes.cnpq.br/9844921767942619
  • Sérgio Paulo Morais Professor Associado do Instituto de História (INHIS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor Credenciado aos programas de Pós-Graduação em História (PPGHI) e de Pós-graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia. Líder do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU) e do Laboratório de História do Trabalho, da Educação e da Violência (LAHTEV/INHIS/UFU). http://orcid.org/0000-0001-7827-3373 http://lattes.cnpq.br/1338723525544602

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n58.p290-307

Palavras-chave:

Ocupações de escolas, Experiências, Produção de Conhecimento

Resumo

O presente artigo busca analisar a experiência social das ocupações de escolas realizadas em Uberlândia (MG) em outubro/novembro de 2016 quando os estudantes secundaristas assumiram a gestão das escolas em protesto contra a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e o programa Escola sem Partido. Pautas articuladas com questões locais como a estrutura precária das escolas, a verticalização da gestão escolar e críticas ao modelo de ensino-aprendizagem. Após a recomposição do movimento de ocupações analisa-se a relação colocada para a educação a partir de novas práticas vividas, sobretudo no tocante ao ensino, que, em protesto, almejaram uma nova escola, centrada em novos valores e projetos. Portanto, ao tornar pública a escola do Estado, os estudantes secundaristas deixaram um legado futuro para a transformação do ensino e das escolas. 

 

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Biografia do Autor

Denise De Sordi, Pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIUBE. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU). Investigadora Associada do Grupo de Investigação História Global do Trabalho e dos Conflitos Sociais (IHC/UNL). Profa. Substituta no ICHPO/UFU.

Historiadora. Dra. em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU). Pesquisadora Associada do Grupo de Investigação História Global do Trabalho e dos Conflitos Sociais do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Pós-Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIUBE. Profa. Substituta no Instituto de Ciências Humanas do Pontal (ICHPO) da UFU. E-mail: denisends@me.com. CV: http://lattes.cnpq.br/0075371651698491

Douglas Gonsalves Fávero, Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bolsista FAPEMIG. Mestre em Educação pelo PPGED/UFU. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU).

Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bolsista FAPEMIG. Mestre em Educação pelo PPGED/UFU. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU). CV: http://lattes.cnpq.br/9844921767942619. E-mail: faverodg@gmail.com.

Sérgio Paulo Morais, Professor Associado do Instituto de História (INHIS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor Credenciado aos programas de Pós-Graduação em História (PPGHI) e de Pós-graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia. Líder do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU) e do Laboratório de História do Trabalho, da Educação e da Violência (LAHTEV/INHIS/UFU).

Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor Associado do Instituto de História (INHIS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor Credenciado aos programas de Pós-Graduação em História (PPGHI) e de Pós-graduação em Educação (PPGED), da Universidade Federal de Uberlândia. Líder do Grupo de Pesquisa Experiências e Processos Sociais (GPEPS - CNPq/UFU) e do Laboratório de História do Trabalho, da Educação e da Violência (LAHTEV/INHIS/UFU). CV: http://lattes.cnpq.br/1338723525544602. E-mail: sergio.paulo@ufu.br

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-07-03

Como Citar

DE SORDI, D.; GONSALVES FÁVERO, D.; MORAIS, S. P. “A escola deveria ser afago pra gente”: ocupar e tornar a escola pública. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 29, n. 58, p. 290–307, 2020. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n58.p290-307. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/8014. Acesso em: 19 abr. 2024.