NOTAS SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO/ EXCLUSÃO DE UMA PROFESSORA TRANSEXUAL

Autores

  • Alfrancio Ferreira Dias Universidade Federal da Sergipe
  • Maria Eulina Pessoa de Carvalho Universidade Federal da Paraíba
  • Danilo Araujo de Oliveira Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n45.p145-158

Palavras-chave:

Transexualidade, Corpo, Gênero, Formação docente

Resumo

O propósito deste texto, influenciado pelas perspectivas pós-estruturalista e póscrítica,é refletir sobre o processo formativo e a atuação profissional de umabprofessora transexual, a partir das políticas e práticas de regulação e subjetivação corporal e de gênero presentes no campo da educação. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, através da realização de entrevista narrativa, em que Lohanna expõe suas experiências de violências e sofrimentos, conquistas e lutas como estudante e professora. Suas narrativas indicam que as esestabilizações que pessoas  transexuais provocam, ainda com grandes danos para elas, contêm possibilidades de desconstrução e desaprendizagem das regulações de gênero; e propõem o imperativo ético das instituições educativas transformarem suas práticas violentas e excludentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alfrancio Ferreira Dias, Universidade Federal da Sergipe

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Sergipe (PPGE/UFS). Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e Relações Sociais de Gênero da Universidade Federal de Sergipe (NEPIMG/UFS).

Maria Eulina Pessoa de Carvalho, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Educação pela Michigan State University, USA. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal da Paraíba (PPGE/UFPB). Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher
e suas Relações de Sexo e Gênero da Universidade Federal da Paraíba (NIPAM/UFPB).

Danilo Araujo de Oliveira, Universidade Federal de Sergipe

Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Graduado em Letras Português/Inglês pela Faculdade
Atlântico. Membro do grupo de pesquisa Educação, Formação, Processo de Trabalho e Relações de Gênero, vinculado ao
CNPq e à Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Referências

ALONSO, Graciela B.; ZURBRIGGEN, Ruth. Transformando corporalidades: desbordes a la normalidad pedagógica. Educar em Revista, Curitiba, n. 1, p. 53-69, 2014. Edição especial.

ALVES, Cláudio Eduardo Resende. Travestis e transexuais na escola: ressonâncias do uso do nome social na rede municipal de educação de Belo Horizonte. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 10., 2013, Florianópolis. Anais Eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2013. Disponível em: <http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/ anais/ 20/1384362621_ARQUIVO_ClaudioEduardoResendeAlves.pdf>. Acesso em: 06 out. 2015.

ANDRADE, Sandra dos Santos. A entrevista narrativa ressignificada nas pesquisas educacionais pós-estruturalistas. In: MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves (Org.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza, 2012. p. 173-194.

BENEDITTI, Marcos. Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz diferença. Estudos Feministas, v. 19, n. 2, p. 549-559, maio/ago. 2011.

BUTLER, Judith. Frames of war: when is life grievable? New York: Verso, 2010.

______. Regulações de gênero. Cadernos Pagu, n. 42, p. 250‐274, jan./jun. 2014.

CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

CARDOSO, Helma de Melo; OLIVEIRA, Anselmo Lima de; DIAS, Alfrancio Ferreira. Marcas e aprendizagens da heteronormatividade em filmes infantis. Revista Espaço do Currículo, v. 8, n. 2, p. 244-253, maio/ago. 2015.

DIAS, A. F. Educando corpos, produzindo diferenças: um debate sobre gênero nas práticas

pedagógicas. Revista TOMO, n. 23, p. 237‐257, jul./dez. 2013.

______. Como as escolas educam corpos nas práticas pedagógicas. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 7, n. 12, p. 103-112, 2014.

______. Corpo, gênero e sexualidades: problematizando estereótipos. Revista Retratos da Escola, Brasília, DF, v. 9, n. 16, p. 73-90, jan./jun. 2015.

DIAS, A. F; OLIVEIRA, A. L. de. Azul é a cor mais quente: discursos sobre o corpo, gêneros e sexualidades em fronteiras. Revista Saberes, n. 2, v. 1, p. 61‐72, 2015.

DIAS, A. F. et al. Representações sobre corpo, gênero e sexualidades ao longo da vida: discursos de estudantes de Pós-graduação em Educação. Revista Cocar, v. 9, n. 17, p. 135-145, jan./jul. 2015.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2004.

______. História da sexualidade I: a vontade de saber. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2015.

FRANCO, Neil; CICILLINI, Graça Aparecida. Professoras trans brasileiras em seu processo de escolarização. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 335-352, maio/ago. 2015.

LARROSA, Jorge J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.

LE BRETON, David. A sociologia do corpo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

LIMA, Maria Emília Caixeta de Castro; GERALDI, Corinta Maria Grisolia; GERALDI, João Wanderley. O trabalho com narrativas na investigação em educação. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 31, n. 1, p. 17-44, jan./mar. 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698130280>. Acesso em: 20 out. 2015.

LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias de sexualidade. In: ______ (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 07-34.

______. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves. Metodologias de pesquisas pós-críticas ou sobre como fazemos nossas investigações. In: ______ (Org.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza, 2012. p. 15-22.

MISKOLCI, Richard. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica/ Editora UFOP, 2013.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Pesquisas pós-críticas em educação no Brasil: esboço de um mapa. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 122, p. 283-303, maio/ago. 2004.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

TAVARES, Márcia; SANTOS, Lohanna Adriana dos. Profanações do silêncio: indícios para transversar sexualidades e gêneros no Serviço Social. Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 69-84, jul./dez. 2012.

TORRES, Marco Antonio. A transformação de professoras transexuais na escola: transfobia e solidariedade em figurações sociais contemporâneas. Revista Cronos, v. 11, n. 2, p. 41-62, jul./dez. 2012.

TORRES, Marco Antonio; PRADO, Marco Aurélio. Professoras transexuais e travestis no contexto escolar: entre estabelecidos e outsiders. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 1, p. 201-220, jan./mar. 2014.

Como Citar

DIAS, A. F.; CARVALHO, M. E. P. de; OLIVEIRA, D. A. de. NOTAS SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO/ EXCLUSÃO DE UMA PROFESSORA TRANSEXUAL. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 25, n. 45, p. 145–158, 2016. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n45.p145-158. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/2291. Acesso em: 12 nov. 2024.