MULHER NEGRA: INTERSECCIONANDO GÊNERO, RAÇA, CLASSE, CULTURA E EDUCAÇÃO

Autores

  • Ana Cláudia Lemos Pacheco Universidade do Estado da Bahia - UNEB
  • Martha Maria Brito Nogueira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n45.p89-99

Palavras-chave:

Mulheres negras, Interseccionalidade, Educação, Saberes afro-brasileiros

Resumo

Este artigo analisa a trajetória de uma mulher negra de classe popular, baiana de acarajé, que se torna um dos maiores ícones da cultura popular afro-brasileira, na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, nos séculos XX e XXI. A reconstrução da memória de Dona Dió do Acarajé nos levou a compreender a rede de relações sociais e culturais que se constituiu na criação do “Grupo Recreativo Escola de Samba União de São Vicente” e o processo de preservação e recriação das tradições
culturais na valorização de símbolos da cultura popular local. A nossa abordagem é perscrutar, através da perspectiva do Standpoint Theory Feminist (COLLINS, 1989), o eixo interseccional (CRENSHAW, 2002) que articula as diversas diferenças e identidades – gênero-raça, classe e outras – presentes na trajetória social dessa mulher negra que, através do saber da cultura afro-brasileira e do trabalho, contribuiu
para modificar práticas de exclusão social e transformar a sua história de vida e a de sua comunidade

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Cláudia Lemos Pacheco, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Professora Adjunta de Sociologia do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Campus – I), Salvador, Bahia. Líder do Grupo de pesquisa CANDACES: gênero, raça, cultura & sociedade, certificado pelo CNPq. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e ontemporaneidade (PPGREC) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Martha Maria Brito Nogueira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC) da Universidade Estadual  do Sudoeste da Bahia (UESB). Membro do Grupo de Pesquisa CANDACES: gênero, raça, cultura & sociedade, certificado pelo CNPQ

Referências

ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Cultura popular, educação e lazer: uma abordagem sobre a capoeira e o samba. Praxis Educativa, Ponta Grossa, PR, v. 1, n. 1, p. 58-66, 2006. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/245/248>. Acesso em: 15 fev. 2016.

BAIRROS, Luisa. Nossos feminismos revisitados. Revista Estudos Feministas – Dossiê Mulheres Negras, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 458-463, 1995.

BOURDIEU, Pierre. L´illusion biographique. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Paris, n. 62/63, juin, 1986.

BROOKS, Abigail. Feminist standpoint epistemology: building knowledge and empowerment through women’s lived experience. In: HESSE-BIBER, Sharlene Nagy; LEAVY, Patricia Lina (Ed.). Feminist research practice. London: Sage, 2007. p. 53-82. Disponível em: <http://srmo.sagepub.com/view/feminist-research-practice/n3.xml>. Acesso em: 15 maio 2015.

CABRAL, Sérgio. As escolas de samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Lumiar, 1996.

CALDWELL, Kia Lilly. A institucionalização de estudos sobre a mulher negra: perspectivas dos Estados Unidos e do Brasil. Revista ABPN, v. 1, n. 1, p.18-27, mar./jun. 2010.

CANDEIA FILHO, Antônio; ARAÚJO, Isnard. Escola de samba – árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro: Lidador/Secretaria Estadual de Cultura, 1978.

CARDOSO,Cláudia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 965-986, set./dez. 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36757/28579>. Acesso em: 04 out. 2015.

CARNEIRO, Suely. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. São Paulo: UNIFEM, 2002. Disponível em: <http://www.unifem.org.br/sites/700/710/00000690.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2015.

COLLINS, Patricia Hill. The social construction of black feminist thought. Signs, v. 14, n. 4, p. 745-773, Summer, 1989. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/317463>. Acesso em: 14 abr. 2015.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Estudos Feministas, n. 01, p. 171-263, 2002.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GONZALES, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Rio de Janeiro, p. 223-244, 1984.

HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução Adelaine La Guardia Resende. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.

HOOKS, B. Intelectuais negras. Revista Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 454-478, 1995.

JAGGAR, Alison M. Amor e conhecimento: a emoção na epistemologia feminista. In: JAGGAR, Alison M.; BORDO, Susan R. (Org.). Género, corpo, conhecimento. Tradução de Brítta Lemos de Freitas. Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 157-184.

LEMOS, Rosalvo. As batucadas em Vitória da Conquista: identidades culturais, ritmos e representações. 2001. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Documento) – Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001.

MOREIRA, Núbia Regina. A presença das compositoras no samba carioca: um estudo da Trajetória de Teresa Cristina. 2013. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília, 2013.

MOURA, Roberto. Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1995.

MUNANGA, K. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

PACHECO, Ana Cláudia Lemos. Mulher negra: afetividade e solidão. Salvador: EDUFBA, 2013.

REVISTA DA FAEEBA. Salvador, UNEB, v. 24, n. 43, jan./jun. 2015.

RIBEIRO, Matilde. Mulheres negras brasileiras: de Bertioga a Beijing. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, ano 3, n. 2, p 446-457, 1995.

ROSA, Noel. Feitio de oração. Rio de Janeiro, 1933. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/noel-rosa-musicas/535516/>. Acesso em: 10 abr. 2015.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

WERNECK, Jurema. O samba segundo as ialodês: mulheres negras e a cultura midiática. 2007. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007.

Como Citar

PACHECO, A. C. L.; NOGUEIRA, M. M. B. MULHER NEGRA: INTERSECCIONANDO GÊNERO, RAÇA, CLASSE, CULTURA E EDUCAÇÃO. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 25, n. 45, p. 89–99, 2016. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n45.p89-99. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/2287. Acesso em: 28 mar. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)