Uma mulher inserida em seu tempo
os escritos de Francisca Clotilde na revista A Quinzena
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2021.v30.n63.p151-165Palavras-chave:
Francisca Clotilde. Instrução moral e religiosa. Formação de professoresResumo
O presente trabalho busca investigar a atuação de mulheres-professoras pela conquista do espaço público ocupado por figuras masculinas, seja nas funções de inspetores e diretores escolares, ou como sócios de agremiações literárias e sociedades diversas, que tomaram para si a tarefa de direcionar os rumos das questões atinentes à educação. Tendo o Ceará das últimas décadas do século XIX como recorte temporal, a investigação tomará a trajetória de Francisca Clotilde, professora, escritora e jornalista, atentando sempre para a dinâmica conflitual que envolveu sua atuação no cenário letrado. Suas posturas ora constituíram reverberações do conservadorismo católico, ora foram se modificando, mesmo quando os papéis sociais tentavam incutir o contrário. Essas mulheres tomaram as ideias vigentes que lhes designavam as atividades no espaço doméstico, na tentativa de convencer de sua importância na ordem e harmonia da estrutura social, e de reivindicar sua competência para o exercício de funções até então ocupadas por homens, como as de caráter administrativa, seja na Instrução Pública, na Escola Normal ou de participação nos debates das principais questões que direcionaram o estado de coisas àquela época.
Downloads
Referências
CARDOSO, Gleudson Passos. As repúblicas das letras cearenses: literatura, imprensa e política (1873-1904). 2000. Dissertação (Mestrado em História Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2000.
CAVALCANTI, Amaro. Relatório do Dr. Amaro Cavalcanti. Cearense, Ceará, 7 de set. de 1881, Instrução Pública, n. 192, p. 3, 1ª coluna. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=709506&pasta=ano%20188&pesq=&pagfis=14936. Acesso em: 25 de jan. de 2021.
CAVALCANTI, Amaro. Relatório do Dr. Amaro Cavalcanti (Continuação do n.º 196). Cearense, Ceará, 16 de set. de 1881, Instrução Pública, n. 198, p. 3, 3ª coluna. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=709506&pasta=ano%20188&pesq=&pagfis=14958. Acesso em: 25 de jan. de 2021.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1995.
FARIAS, Vanessa Rodrigues. A prática pedagógica de Francisca Clotilde na educação de Aracati. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
GOMES, Angela de Castro. A escola republicana: entre luzes e sombras. In: GOMES, Angela de Castro; PANDOLFI, Dulce Chaves; ALBERTI, Verena. A República no Brasil. Rio de Janeiro: CPDOC, 2002.
HAHNER, June Edith. A escola normal, as professoras primárias e a educação feminina no Rio de Janeiro no fim do século XIX. Revista Gênero, Niterói, v. 10, n. 2, p. 313-332, 1 sem. 2010. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistagenero/article/view/30882/17970. Acesso em: 20 de fev. de 2021
HAHNER, June Edith. Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil. 1850-1940. Florianópolis: Ed. Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003.
LIMA, Francisca Clotilde Barbosa de. Libertador, Ceará, 2 de mar. de 1886, n. 50, Anúncios, p. 1, 2ª coluna. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=229865&pasta=ano%20188&pesq=&pagfis=1922. Acesso em: 10 de jan. de 2021.
LIMA, Francisca Clotilde Barbosa de. A educação moral das crianças na escola. A Quinzena, Ceará, 15 de fev. de 1887, n. 3, p. 22. Disponível em: Acervo da Academia Cearense de Letras. Acesso em: outubro de 2014.
LIMA, Francisca Clotilde Barbosa de. A mulher na família. A Quinzena, Ceará 15 de mar. de 1887, n. 5, p. 40. Disponível em: Acervo da Academia Cearense de Letras. Acesso em: outubro de 2014.
MACHADO, Maria Cristina Gomes; MORMUL, Najla Mehanna e MÉLO, Cristiane Silva. Rui Barbosa e a educação: as lições de coisas e o ensino da cultura moral e cívica. Educação Unisinos, Vol. 18, n. 3, set/dez de 2014. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/edu.2014.183.11/4462. Acesso em: 10 de jan. de 2021.
OLINDA, Ercília Maria Braga de. Tinta, papel e palmatória: A escola no Ceará do século XIX. Fortaleza: Museu do Ceará/ Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, 2004.
OLIVEIIRA, Almir Leal de. Saber e poder: o pensamento social cearense no final do século XIX. 1998. Dissertação (Mestrado em História), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1998.
PAIVA, Maria Arair Pinto. A elite política do Ceará Provincial. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2020.
STUDART Barão de. Dicionário Bio-bliográfico Cearense. Fortaleza: Typo-Lithographia a vapor, 1910, Tomo I, p. 279.
37ª Sessão Ordinária em 30 de agosto de 1881 (Continuação do n. 202). Gazeta do Norte, Ceará, 22 de set. de 1881, Seção Assembleia Provincial, n. 203, p. 1, 5ª coluna. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=103950&pasta=ano%20188&pesq=&pagfis=1405. Acesso em: 10 de jan. de 2021.
VALDEZ, Alba. Uma grande figura da história educacional cearense. Revista do Instituto do Ceará, Índice José Honório e Leda Boechat (1887-1954), Tomo LXII, p. 166-179, 1952.
VEIGA, Cynthia Greive. Educação estética para o povo. In: LOPES, Eliane; VEIGA, Cynthia; FARIA FILHO, Luciano M. 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
VIEIRA, Sofia Lerche e FARIAS, Isabel Maria Sabino de. (Orgs.). Documentos de política educacional no Ceará: Império e República. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacional Anísio Teixeira, 2006, v, 3.
VILLELA, Heloisa de O. S. O mestre-escola e a professora. In: LOPES, Eliane; VEIGA, Cynthia; FARIA FILHO, Luciano M. 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017