A presença da psicanálise na universidade: pesquisa e dispositivos para a formação docente
pesquisa e dispositivos para a formação docente
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n60.p84-101Palavras-chave:
Dispositivos, Formação docente, SubjetividadeResumo
O presente artigo apura a análise dos resultados da pesquisa Dispositivos de formação docente que consideram a subjetividade. A metodologia usada na
pesquisa foi o registro escrito de professores/as psicanalistas a partir de duas questões acerca da implicação docente e dos métodos usados na formação
visando os impactos na subjetividade docente. Como resultado, apuramos que a conduta clínica implicada e a escuta qualificada de docentes em situações de queixa e mal-estar se configuram como importantes dispositivos a serem transmitidos na formação, reiterando a ineficácia de modelos prescritivos de
formação de professores/as que se baseiam no ensino de técnicas e informações acerca de como o/a professor/a deve ensinar e trabalhar com seu aluno.
Reafirma-se assim a necessidade de tempo para a elaboração precisa das experiências cotidianas para que estas possam de fato atravessar e marcar o
sujeito.
Downloads
Referências
AIRES, Sueli. Imagens do analista na universidade. Trivium, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 30-38, jul./dez. 2013.
ALBERTI, Sônia. O discurso universitário. Trivium, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 118-129, jan./jun. 2009.
ANZIEU, Didier. La psychanalyse au service de la psychologie. Nouvelle Revue de Psychanalyse, Paris, n. 20, p. 59-75, out./dez. 1979.
BENJAMIN, W. Experiência e pobreza. In: BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 114-119. (Obras escolhidas I).
BIRMAN, Joel. Psychanalyse, politique et université. In: CHEMAMA, Roland; HOFFMANN, Cristian, (ed.). Pratique psychanalytique et politique. Paris: Hermann, 2013, p. 45-64.
BLANCHARD-LAVILLE, Claudine. Les enseignantes entre plaisir et souffrance. Paris: PUF, 2001.
BODDIN, Cláudia Fernandes. L’arrivée du freudisme au Brésil et l’implatation du mouvement lacanien à Rio de Janeiro. 1998. 366 f. Tese (Doutorado em Sociétés occidentales – temps, espace & civilisation) – Université Paris VII-Paris Diderot, Paris, 1998.
CASTRO, Júlio Eduardo. O método psicanalítico e o estudo de caso. In: KYRILLOS NETO, Fuad; MOREIRA, Jacqueline Oliveira (org.). Pesquisa em psicanálise: transmissão na universidade. Barbacena, MG: EdUEMG, 2010. p. 24-35.
COUTINHO, Denise. Et al. Ensino da Psicanálise na universidade brasileira: retorno à proposta freudiana. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 65, n. 1, p. 103-120, 2013.
DINIZ, Margareth; FERRAZ, Cláudia Itaborahy. Nem tão contemporânea assim: a mulher- professora e seus tropeços diante da diferença. São Paulo: Paco, 2013.
DINIZ, Margareth; PEREIRA, Marcelo Ricardo. Dispositivos para a formação docente que consideram a subjetividade. Projeto de Pesquisa de Pós-Doutoramento. Belo Horizonte: Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2018.
ELIA, Luciano. Leiga por rigor: o que é impossível regulamentar na psicanálise? In: ALBERTI, Sônia. Et al. (org.). Oficio do psicanalista: formação vs. regulamentação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009. p. 18-35.
FONTELES, Camila. Psicanálise e universidade: uma análise da produção acadêmica no Brasil. 2015. 200 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
FREUD, Sigmund. O estranho. In: FREUD, Sigmund. Obras Completas, vol. 14. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 328-376.
FREUD, Sigmund. Uma dificuldade da psicanálise. In: FREUD, Sigmund. Obras Completas, vol. 14. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 240-251.
GREEN, André. Le pluralisme des sciences et la pensée psychanalytique. In: EMMANUELLI, Michele; PERRON, Roger. La recherche en psychanalyse. Paris: Presses Universitaires de France, 2007. p. 71-89.
GURSKI, Rosilene. Formação de professores e transmissão da experiência: narrar, poetar, profanar. In: MOSCHEN, S. Z.; VASQUES, C. K. (org.). Psicanálise, educação especial e formação de professores: construções em rasuras. Porto Alegre: Evangraf, 2015. p. 105-124.
KUPFER, Maria Cristina. Et al. A produção brasileira no campo das articulações entre psicanálise e educação a partir de 1980. Estilos da Clínica, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 284-305, dez. 2010.
KUPFER, Maria Cristina. Et al. Valor preditivo de indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil: um estudo a partir da teoria psicanalítica. Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 48-68, mar./jun. 2010.
LACAN, Jacques. O seminário, livro 20. Mais, ainda. (1972-1973) 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
LAJONQUIERE, Leandro. Dos “erros” e em especial daquele de renunciar à educação: notas sobre psicanálise e educação. Estilos da Clínica, v. 2, n. 2, p. 27-43, 1997. Disponível em: https://doi. org/10.11606/issn. 1981-1624. v2i2p27-43. Acesso em: 30 nov. 2019.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
LO BIANCO, Ana Carolina. Sobre as bases dos procedimentos investigativos em psicanálise. Psico-USF, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 115-123, abr./jul. 2003.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO; FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores (1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Massangana, 2010. (Coleção Educadores).
MARCONDES, Sérgio Ribeiro de Almeida. “Nós, os charlatães”: Gastão Pereira da Silva e a divulgação da psicanálise em O Malho. In: ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPUH, 16, 2014, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos [...]. Rio de Janeiro: Associação Nacional de História, 2014. Disponível em: http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400290912_ARQUIVO_TextoANPUH2014.pdf Acessado em 20/04/2020. Acesso em: 30 nov. 2019.
MENEZES, Maria Odete de Siqueira. Arthur Ramos e a psicanálise na Bahia. Analytica, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 88-116, jun./dez. 2014.
MEZAN, Renato. Figura e fundo: notas sobre o campo psicanalítico no Brasil. Percurso, Rio de Janeiro, n. 20, p. 38-49, maio/dez. 1998.
MILLER, Jacques-Alain. Lacan elucidado: palestras no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
MIRANDA, Margarete Parreira; VASCONCELOS, Renata Nunes; SANTIAGO, Ana Lydia Bezerra. Pesquisa em psicanálise e educação: a conversação como metodologia de pesquisa. In: COLÓQUIO DO LEPSI IP/FE-USP, 6., 2006, São Paulo. Anais eletrônicos [...]. São Paulo: LEPSI IP/FE-USP, 2006. Disponível em: https://silo.tips/download/universidade-federal-de-minas-gerais-faculdade-de-educaao-programa-de-pos-gradua-20. Acesso em: 10 abr. 2020.
OLIVEIRA, Carmen Lucia Montechi Valladares de. Histoire de la Psychanalyse au Brésil: São Paulo (1920-1969). Paris: L’Harmattan, 2005.
PERESTRELLO, Marialzira. Importância da Bahia na difusão da Psicanálise no Brasil – Juliano Moreira, Arthur Ramos e outros. In: LIMA, Denise Maria de Oliveira Lima (org.). 60 anos de Psicanálise. Dos percussores às perspectivas no final do século. Salvador: Agalma, 1993. p. 35-54.
PEREIRA, Marcelo Ricardo; SILVEIRA, Wegis. Análise do estado da arte em Psicanálise e Educação no Brasil (1987-2012). Estilos da Clínica, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 369-390, set./dez. 2015.
PEREIRA, Marcelo Ricardo. O nome atual do mal-estar docente. Belo Horizonte: Fino Traço/Fapemig, 2016.
PEREIRA, Marcelo Ricardo. Et al. Carta de Belo Horizonte. In: PEREIRA, Marcelo Ricardo (org.). Os sintomas na educação de hoje: que fazemos com isso? Belo Horizonte: Scriptum, 2017. p. 324-336.
PINTO, Gastão. Da Psicoanálise: a sexualidade nas neuroses. 1914. Tese (Doutorado em Medicina) – Faculdade de Medicina, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1914.
PINTO, Jeferson Machado. Psicanálise e universidade: mais, ainda. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 11, n. 17, p. 77-85, jul./dez. 2005.
POLI, Maria Cristina. Escrevendo a psicanálise em uma prática de pesquisa. Estilos da Clínica, São Paulo, v. 13, n. 25, p. 154-179, mar./jun. 2008.
RINALDI, Doris Luiz; ALBERTI, Sônia. Psicanálise, saúde mental e universidade. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 533-545, jun./dez. 2009.
RUSSO, Jane. O mundo psi no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
SAURET, Marie-Jean. A pesquisa clínica em psicanálise. Tradução de Sílmia Sobreira. Psicologia USP, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 89-104, 2003.
SIRCILLI, F. A argumentação de Arthur Ramos a favor da Psicanálise na Educação: análise retórica de um livro-argumento. 2006. 204 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, 2006.
VOLTOLINI, Rinaldo. Pensar é desejar. Revista Educação, Especial Biblioteca do Professor: Freud pensa a Educação, n. 1, p. 36-45, 2006.
ZANNETTI, Sandra; KUPFER, Maria Cristina. Relatos de casos clínicos em psicanálise: um estudo comparativo. Estilos da Clínica, v. 11, n. 21, p. 170-185, 2006.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017
