A geração da utopia: a influência da tradição oral como estratégia discursiva nos registros da luta pela descolonização

Autores

  • Murilo da Costa Ferreira UNEB
  • Karen Eloá de Assumpção Pereira UESC

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v9i1.1492

Palavras-chave:

Angolanidade, (Pós)Independência, Oralidade, Utopia.

Resumo

Em Angola, após a conquista da independência, ocorrida no ano de 1974, muitas das suas obras literárias passaram a evidenciar uma forte tendência em criticar o processo de luta contra o colonialismo. Pepetela (pseudônimo de Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos), uma das vozes mais significativas da literatura angolana, apresenta em suas narrativas um tom cada vez mais desencantado diante do esvaziamento de ideais que marcou o âmbito sócio-político e cultural de Angola nesse período. Em A geração da utopia, obra escrita em 1991, Pepetela revisita a movimentação política-cultural, ocorrida na Casa dos Estudantes do Império, dos anos 50 do século XX, passando pela fase dos violentos confrontos com o início da guerra de guerrilha anti-colonial (1961) e, finalmente, o período que sucedeu à conquista da independência, de 1974 a 199 (completar). Neste artigo abordamos a importância da tradição oral africana no tecido ficcional desta narrativa, fundamentando-nos em estudos de pesquisadores como Laura Cavalcante Padilha, Carmen Lucia Tindó Secco, Hampaté-Bâ, dentre outros. Nessa perspectiva, defendemos que A geração da utopia, por meio de alguns recursos da expressão literária, apresenta um posicionamento crítico em relação aos acontecimentos históricos de Angola, naquele período aqui apontado anteriormente e, portanto, possibilitando, através da sua leitura, a elaboração de um imaginário em torno da representação da angolanidade.

 

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Biografia do Autor

Murilo da Costa Ferreira, UNEB

Professor Titular / UNEB. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestrado em Letras pela Universidade Federal Fluminense, Doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Pós-Doutorado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia, professor efetivo do Programa de Pós-graduação no Mestrado em Crítica Cultural . Experiência na área de pesquisa e prática educacional étnico-racial e dE cultura literária quilombola.

Karen Eloá de Assumpção Pereira, UESC

Mestra em Letras pelo Programa de Pós-graduação - UESC/Mestrado em Letras: Linguagens e Representações (2012); integrante no Grupo de Pesquisa Educação Literária Afrodescendente - UNEB, coordenado pelo Prof. Dr. Murilo da Costa Ferreira (2007-2012); especialista em Estudos Comparados das Literaturas de Língua Portuguesa - UESC (2010); licenciada em Letras & Artes - UESC (2004). Atuação Profissional: Professora da Rede Estadual de Ensino da Bahia (de 2007 até a presente data); Co-orientadora de TCC no Curso de Letras - UESC/EAD - UAB; Professora da Rede Municipal de Ensino de Ilhéus (2003 e 2004); Professora da Rede Particular de Ensino (de 2005 a 2009).

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Publicado

2015-11-15

Como Citar

FERREIRA, M. da C.; PEREIRA, K. E. de A. A geração da utopia: a influência da tradição oral como estratégia discursiva nos registros da luta pela descolonização. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 83–102, 2015. DOI: 10.35499/tl.v9i1.1492. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/1492. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE