Clausura: universalidade desconhecida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v14i2.9758

Resumo

Este texto trata da clausura. Justamente por isso, em nada parece se diferenciar dos demais. Como qualquer outra textualidade – submetida ao jogo de significação da autoria, da forma, do conteúdo –, talvez seja uma manifestação possível dos saberes que o encerro produz. Quem sabe seu diferencial esteja em aceitar que suas contingências produzem sua própria significação. Jacques Derrida contribui com a hospitalidade a outros autores, como Roberto Bolaño, Diamela Eltit e Giorgio Agamben. De diferentes formas, todos parecem anunciar questões sobre a clausura. Essas percepções não esgotam a questão, mas apontam para o percurso escorregadio de qualquer significado. Este texto, portanto, é sobre incertezas, ou sobre a clausura das certezas. Este texto é, melhor dizendo, sobre a importância de uma incerteza responsável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francielly Baliana, Universidade de São Paulo

Mestra em Letras pela Universidade Federal de São Paulo e Doutoranda em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo. 

Referências

ADORNO, Theodor. Notas de literatura I. São Paulo: Editora 34, 2008.

AGAMBEN, Giorgio. O Aberto. O homem e o animal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

BOLAÑO, Roberto. 2666. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

________________. Amuleto. Barcelona: Vintage Español, 2017.

________________. Los Detectives salvages. Barcelona: Editorial Anagrama, 1998.

________________. Monsieur Pain. Barcelona: Editorial Anagrama, 1999.

DERRIDA, Jacques. “As pupilas da Universidade”. In: ____________. O Olho da Universidade. Tradução de Ricardo Iuri Canko e Ignacio Antonio Neis. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 123 – 157.

________________. “Assinatura. Acontecimento. Contexto”. In: __________. Margens da filosofia. Tradução de Joaquim Torres Costa, Antônio M. Magalhães. Campinas, SP: Papirus, 1991.

________________. Essa estranha instituição chamada literatura: uma entrevista com Jacques Derrida. Tradução de Marileide Dias Esqueda. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

________________. Gramatologia. Tradução de Míriam Chnaiderman e Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2008.

________________. O animal que logo sou. São Paulo, Editora da Unesp, 2002.

________________. Posições. Tradução de Tomaz Tadeu Lima. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

________________. “Timpanizar a filosofia”. In: Margens da Filosofia. Tradução Joaquim Torres Costa, Antônio M. Magalhães. Campinas, SP: Papirus, 1991.

ELTIT, Diamela. Jamás el fuego nunca. Espanha: Editorial Periférica, 2012.

______________. Tres novelas. México: FCE, 2004.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.

HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Lisboa, Guimarães, 1987.

__________________. Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2006.

MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Tradução de Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Martin Claret, 2017.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Artes & Ensaios, v. 32, 2016, p. 123-151.

NATALI, Marcos. “Além da literatura”. In: Literatura e Sociedade, 11(9), 30-43. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i9p30-43 Acesso em 10/09/2020

PELBART, Peter Pál. A nau do tempo-rei: sete ensaios sobre o tempo da loucura. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1993.

_________________. Da Clausura do Fora ao Fora da Clausura. São Paulo: Brasiliense, 1989.

RAMA, Ángel. “Os processos de transculturação na narrativa latino-americana”. In: Flávio Aguiar e Sandra Guardini Vasconcelos (orgs.). Ángel Rama: Literatura e cultura na América Latina. Trad. Rachel La Corte dos Santos e Elza Gasparotto. São Paulo: EDUSP, 2001.

RAMOS, Graciliano. Memórias do Cárcere. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011.

RANCIÈRE, Jaques. O inconsciente estético. São Paulo: Editora 34, 2009.

SOLDÁN, Edmundo Paz; PATRIAU, Gustavo Faverón (orgs). Bolaño Salvage. Barcelona: Candaya, 2008.

VECCHI, Roberto. “Alegorias claustrosóficas: o pensamento confinado, a exceção e a história literária.” In: Rassegna iberistica 91, 2010, p. 43-52.

WEBER, Max. 2000. “Política como Vocação”. In: Ciência e Política: Duas Vocações. São Paulo: Cultrix, 2000, pp. 55-124.

Downloads

Publicado

2020-12-15

Como Citar

FRANCIELLY BALIANA. Clausura: universalidade desconhecida. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 96–112, 2020. DOI: 10.35499/tl.v14i2.9758. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/9758. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ TEMÁTICO