"Les dictatures peuvent revenir, il faut le savoir":
le passé et le présent chez Julián Fuks
DOI :
https://doi.org/10.35499/tl.v17i2.18383Mots-clés :
Memória, Pós-memória, Pós-ficcção, Julián FuksRésumé
Partindo da reflexão de Jeanne Marie Gagnebin (2009) em “O que significa elaborar o passado?”, este texto propõe uma discussão em torno do processo de escrita tematizado no romance A resistência, publicado por Julián Fuks em 2015, tomando-o como um trabalho de rememoração ativo, em que o passado é retomado não apenas como forma de não esquecimento, mas também como compreensão do presente, com um olhar para as transformações e permanências dos sistemas de dominação. Interessa problematizar como, na narrativa, a composição de um escritor pertencente à geração posterior àquela que foi efetivamente perseguida pelo regime permite a observação de tempos superpostos – a ditadura militar que, no passado, perseguiu seus pais; as lacunas que, no presente da narração, caracterizam a relação com o irmão adotado –, mobilizando estratégias que concretizam o que Fuks (2017b) define, no ensaio “Pós-ficção”, como uma forma de enfrentar o recalque da História.
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