O banquete fantástico no conto “O dia em que comemos Maria Dulce”, de Antônio Mariano

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v16i2.15307

Resumen

A fome, a miséria e a infância são temas comuns à literatura, e eles se unem no conto “O dia em que comemos Maria Dulce” (2015), extraído da obra com mesmo nome, do escritor paraibano Antônio Mariano. Em uma narrativa fantástica que atrai os leitores não apenas por sua ruptura com o real — principalmente na configuração de uma personagem de natureza dúbia de menina e doce —, vemos o fator social enquanto mola propulsora para o desenrolar da trama, atrelado à inquietante percepção da realidade, que carrega consigo certa plasticidade e lirismo próprios de uma literatura capaz de arrebatar seus leitores por confrontá-los e atraí-los ao texto. Com o objetivo de observar como se estabelecem os limites entre a realidade e o insólito, o trabalho em questão analisa a presença do fantástico na referida narrativa. Nela, há uma sucessão de metáforas que deslizam paulatinamente para o plano da literalidade e, como consequência, rompe com a estabilidade do universo diegético para instaurar a fantasticidade. A partir das concepções de Roas (2011, 2014), Todorov (1975) e Jaime Alazraki (2001), evidenciaremos algumas estratégias discursivas que cooperam para a conversão do enredo, descrito pela ótica das consequências de uma seca avassaladora, à atmosfera fantástica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Jaine Barbosa, Universidade Federal da Paraíba

Doutoranda em Letras pela Universidade Federal da Paraíba.

Luciane Alves Santos, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Letras pela USP. Professora Adjunta da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL). Líder do grupo de pesquisa Estudos do Insólito: do mito clássico à modernidade.

Citas

ALAZRAKI, Jaime. Qué es lo neofantástico? In: ROAS, David (org.). Teorías de lo fantástico. Madri: Lecturas, 2001, pp.265-282.
ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi. Minas, assombros e anedotas (os contos fantásticos de Murilo Rubião). In: Enigma e comentário: ensaios sobre literatura e experiência. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
CABRAL, Guilherme. Antônio Mariano lança coletânea com 13 contos em evento hoje, no Centro Histórico da capital. A união. João Pessoa, Paraíba – em 11 de junho de 2015. Diponível em: <https://issuu.com/auniao/docs/jornal_em_pdf_11-06-15> . Acesso em 05 set. 2022.
CESARANI, Remo. O fantástico. Tradução de Nilton Cezar. Tridapalli. – Curitiba: Ed. UFPR, 2006.
FERRAZ, Expedito Jr. Dez anotações sobre “O dia em que comemos Maria Dulce”, de Antônio Mariano. Revista Correio das Artes. João Pessoa, ano LXVI, nº 5, p.22-24, 2015. Disponível em <http://auniao.pb.gov.br/servicos/arquivo-digital/correio-das-artes/2015/correio-das-artes-julho-de-2015> . Acesso em 09 ago. 2022.
HOUAISS, Antonio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2001.
MARIANO, Antônio. O dia em que comemos Maria Dulce. São Paulo: Ficções, 2015.
MONTE. Alfredo. Antônio Mariano e seus Jailsons: as grades da existência social. Monte de Leitururas. 2015. Disponível em: <https://armonte.wordpress.com/tag/o-dia-em-que-comemos-maria-dulce/. > . Acesso em 20 set. 2022.
ROAS, David. A ameaça do fantástico. Aproximações teóricas. São Paulo: Unesp, 2014.
ROAS, David. Tras los limites de lo real: uma definición de lo fantástico. Editorial Páginas de Espuma : Madri, 2011.
TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. 1. ed. Tradução de Maria Clara Correa Castello. São Paulo: Perspectiva, 1980.

Publicado

2022-12-21

Cómo citar

BARBOSA, J.; SANTOS, L. A. O banquete fantástico no conto “O dia em que comemos Maria Dulce”, de Antônio Mariano. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 187–200, 2022. DOI: 10.35499/tl.v16i2.15307. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/15307. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

ARTIGOS