Mídias Sociais como operacionalizadores pedagógicos
entre as armadilhas e as funcionalidades da multimodalidade
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v18i2.21921Resumo
Entre benefícios e malefícios, o surgimento das redes sociais, sem dúvidas, revolucionou as relações comunicativas deste tempo, propiciando a intersecção entre texto, imagem, áudio e vídeo em um processo comunicativo multimodal. Nesse cenário, considerando o contexto educacional, a fragmentação e a velocidade com que as informações são consumidas geram impactos significativos à capacidade de leitura, escrita e compreensão de mensagens entre as novas gerações. O objetivo deste artigo é analisar como as redes sociais enquanto operacionalizadores pedagógicos têm impactado as habilidades de interpretação de textos – dos mais simples aos mais complexos – dentro do espaço escolar. Para tanto, verificou-se na literatura recente – entre livros e artigos – quais são as principais funcionalidades pedagógicas dos multimodais e os desafios a serem enfrentados por educadores e educandos. Como resultado, foram encontradas literaturas que, já no início deste século, assinalavam para os perigos do uso exagerado e sem supervisão das mídias sociais – sobrecarga cognitiva, superficialização de conteúdos, distração, falta de foco, fadiga digital; outras também pontuam que a amplificação e a potencialização de competências linguísticas são factíveis, para além do protagonismo e da autonomia. Conclui-se que, para combater a superficialização informacional e conferir funcionalidade pedagógica eficaz às plataformas digitais, é imprescindível que elas sejam assessoradas continuamente por uma diligente curadoria informacional.
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