Annie Ernaux e a escrita que se faz corpo

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DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v18i2.21480

Resumo

O artigo busca empreender uma leitura da obra Paixão simples (2023), de Annie Ernaux, com objetivo de refletir sobre a linguagem que se desfaz de sua potência metafórica para tornar-se corpo. Para tanto, mobiliza-se o conceito de literatura menor (Deleuze; Guatari) a fim de embasar a discussão que pense a linguagem além de um possível sentido simbólico e que, ao mesmo tempo, considere o coletivo da enunciação, assim como a alteridade discursiva. Ainda nesse sentido, busca-se refletir sobre a superação do material verbal, com apoio na teoria de Bakhtin, como movimento que colabora para a produção do singular efeito poético do texto.

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Biografia do Autor

Cristiane Corsini Lourencao, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Mestra e doutoranda em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

CORSINI LOURENCAO, C. Annie Ernaux e a escrita que se faz corpo. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 344–352, 2024. DOI: 10.35499/tl.v18i2.21480. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/21480. Acesso em: 20 jan. 2025.

Edição

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ARTIGOS