Mecanismos literários de resistência:
as crônicas dissidentes de Raúl Rivero, espelhos da Cuba cotidiana
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v18i1.19408Palavras-chave:
Raúl Rivero, Jornalismo independente, Resistência, Crônicas dissidentes, Cotidiano de CubaResumo
As crônicas de Raúl Rivero são observadas como elos que demarcam, em seu relato do cotidiano, um reduto textual que tensiona o poder da palavra além do extremismo ideológico da ilha. Possuem um efeito simbólico particular e denuncia, ao visibilizar o contexto social da Cuba do fim do séc. XX e começo do séc. XXI. Analisaremos a constituição profissional do pensador e poeta, observado pelo regime desde a década de 90, sendo visto como um intelectual subversivo, devido ao exercício narrativo fora do campo revolucionário e a descrição exata da sua realidade e a de todos os cubanos, mediante seu jornalismo independente. Examinaremos o valor da crônica como texto e instrumento expressivo de luta e o ponto de vista crítico com o qual Rivero reflete, mediante essas narrativas do povo, o desigual contexto socioeconômico e político cubano. O estudo será desenvolvido por meio de uma pesquisa qualitativa, descritiva e de caráter bibliográfico. O objetivo do presente trabalho é analisar algumas de suas crônicas dissidentes mais importantes. Demostraremos que suas narrativas funcionam como mecanismos literários de resistência e de autoafirmação na defesa de uma verdade sem limiares e sem a censura insular.
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