Português como língua adicional na universidade:

formação, percepções e atitudes linguísticas de docentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v18i1.18520

Palavras-chave:

Português como língua adicional, Universidade, Formação , Percepções e atitudes linguísticas docentes.

Resumo

Esta pesquisa teve como cenário uma universidade situada geograficamente em região de fronteira trinacional cujo projeto de educação visa a integração da América Latina. Os participantes foram professores de Português como Língua Adicional (PLA) a partir da aplicação de um roteiro de entrevista para levantar dados em torno de seu sobre o perfil profissional docente (formação, atuação e conhecimentos sobre as línguas) e de suas atitudes linguísticas com relação ao processo de ensino e de aprendizagem de PLA, conforme as diretrizes e o projeto universitário bilíngue (português-espanhol) em que atuam. Com base na Linguística Aplicada, em diálogo com estudos sobre atitudes linguísticas, as análises foram feitas de forma qualitativa. Verificou-se que, embora os entrevistados considerem pertinente a valorização do multilinguismo como política integracionista, demonstram incertezas em como lidar com a diversidade presente em sala de aula, por questões relacionadas, em um primeiro momento, à sua própria formação universitária. Ademais, a falta de uma política institucional clara com relação ao bilinguismo (e plurilinguismo) se reflete na percepção dos docentes, mostrando comportamentos desencontrados em como conduzir o ensino de língua adicional. Observou-se que alguns priorizam ainda práticas monolíngues, com pouco ou nenhum espaço para outros falares, como seriam as práticas translíngues.

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Biografia do Autor

Franciele Maria Martiny, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Docente da área de Letras e Linguística na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) desde 2015, com pesquisas e projetos de extensão voltados à comunidade da tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina. Formada em Letras Português/Alemão, Mestre e Doutora em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em "Linguagem e Sociedade" da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Participa dos grupos de pesquisa "Políticas Linguísticas e Educacionais no Oeste do Paraná" e "Estudos (Sócio)Linguísticos e de Integração de Culturas na América Latina". Pós-doutorado em andamento no Programa de Pós-Graduação em "Linguística Aplicada" (PPG-LA) da UNICAMP. Foi coordenadora do Posto Aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Exame Celpe-Bras) do Posto Aplicador da Unila (2020-2022) e vice-coordenadora da Especialização em "Ensino e Aprendizagem de Línguas Adicionais" (EAALA) também na Unila (2021-2022).

Mariana Cortez, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Docente da área de Letras e Linguística na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) desde 2014, com pesquisas e projetos de extensão voltados às áreas de Literatura e Ensino. Formada em Letras Português, Mestre e Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada (PPGLC-UNILA) e do PROFLetras Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Coordenadora do projeto de pesquisa e extensão Vivendo Livros Latino-Americanos na Tríplice Fronteira. Bolsista de Produtividade Desenvolvimento, Tecnologia e Extensão Inovadora – 2/CNPQ

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Publicado

2024-06-09

Como Citar

MARTINY, F. M.; CORTEZ, M. Português como língua adicional na universidade:: formação, percepções e atitudes linguísticas de docentes. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 107–123, 2024. DOI: 10.35499/tl.v18i1.18520. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/18520. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS