Ciranda de Pedra e Fazes-me Falta

A linguagem errante em Lygia Fagundes Telles e Inês Pedrosa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11174

Resumo

Este artigo propõe um diálogo entre as literaturas brasileira e portuguesa contemporâneas, focando na análise dos romances Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, e Fazes-me falta, de Inês Pedrosa, na perspectiva da linguagem. Parte-se do princípio de que esta categoria, na obra das referidas autoras, apresenta-se como errante, cheia de espaços vagos, residindo assim numa incompletude e revelando-se impotente para esclarecer o que diz. No tocante à escritora brasileira, este é seu romance de estreia que a própria considera um divisor de águas em sua carreira literária por ser esteticamente mais elaborado que os anteriores. Já em relação à Inês Pedrosa, segundo à crítica, passou a figurar no campo da literatura portuguesa, principalmente, a partir deste romance. Desse modo, os dois livros foram significativos na consagração de ambas, o que se justifica, também, pela irreverência da linguagem neles trabalhada. A análise será perspectivada por teóricos e críticos que tecem contribuições voltadas ao estudo da literatura contemporânea, especialmente Maurice Blanchot (1997; 1987). Para compreender as considerações feitas pela crítica acerca das ficções pedrosina e lygiana, serão consultados, dentre outros, os trabalhos de Diana Navas, Telma Ventura (2017) e Sônia Régis (1998). Os estudos sobre as obras das referidas escritoras vêm crescendo bastante à medida que mais leitores passam a tomar conhecimento de um expressivo legado romanesco à espera de novos pesquisadores que desejem aventurar-se nos meandros de sua linguagem.

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Biografia do Autor

Licilange Alves, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Graduada em Letras Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (2011). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGL em Estudos do discurso e do texto pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Atualmente, é doutoranda em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLetras) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista FUNCAP, desenvolvendo pesquisas na área de Letras, com ênfase em Literatura.

Cid Ottoni Bylaardt , Universidade Federal do Ceará (UFC)

Possui graduação em Letras e doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais, e pós-doutorado em Literatura Comparada pela Universidade de Coimbra, Portugal. É professor Associado IV de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará, com projeto de pesquisa denominado "Esvaziamento da História nas Literaturas Brasileira e Portuguesa Contemporâneas". Tem interesse particular em literatura contemporânea, brasileira e internacional, mas não só. Tem mais de uma centena de textos publicados sobre literatura e cultura brasileira e portuguesa, e orienta teses e dissertações. Escreve também poemas e romances. É músico amador (instrumentos: piano e viola), com interesse em música brasileira e internacional (clássica e erudita). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa Nível 2 do CNPq.

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Publicado

2021-07-01

Como Citar

ALVES, L.; OTTONI BYLAARDT , C. Ciranda de Pedra e Fazes-me Falta: A linguagem errante em Lygia Fagundes Telles e Inês Pedrosa. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 198–210, 2021. DOI: 10.35499/tl.v15i1.11174. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/11174. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS