Uma Visão para Além das “Malvinas"
Palavras-chave:
práticas pedagógicasResumo
O artigo possui como proposta trazer discussões sobre a Educação de Jovens e Adultos EJA na sua relação com práticas pedagógicas de sala de aula que visem o desenvolvimento de uma educação antirracista. A escrita é motivada pela necessidade de discussão da Lei N° 10.639/03 que instituiu a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no Currículo Escolar e da lei N° 11.645/08 que amplia a obrigatoriedade também para os povos originários. Após vinte anos de implantação da Lei 10.639/03 ainda estamos caminhando no desenvolvimento de práticas que realmente introduzam as temáticas na sala de aula e promovam uma educação antirracista. Apesar de termos Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História desde 2004 ainda não avançamos muito nos processos de discussões das temáticas imbricadas no currículo escolar. O ponto de partida central para as discussões deste estudo será o Bairro da Paz com sua história, os alunos e alunas que estão inseridos neste contexto. O artigo possui relação com o trabalho de mestrado e doutorado do primeiro autor e da segunda autora, pois ambos discutem a EJA em seus estudos acadêmicos. Na primeira parte do texto será apresentando um pouco da história do Bairro da Paz, enquanto espaço de resistência. Em seguida traremos informações de um questionário aplicado aos/as alunos/as com objetivo de identificar um pouco quem são estes sujeitos a fim de estabelecer relações com seus processos de resistências cotidianas. Potencializar discussões sobre o tema é essencial para promover novas propostas pedagógicas para a modalidade de ensino que visem a superação das desigualdades sociais e do racismo. Este artigo se constitui numa primeira fase de um projeto que terá continuidade a partir dos primeiros achados e já demostrou importância para inserção do tema no currículo escolar.
Palavras-chave: EJA; Educação Antirracista;
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