Poéticas Errantes e Andarilhas
sujeitos e processos educativos na EJA
Palavras-chave:
Poéticas de vida-formação, Literatura, Educação EmancipadoraResumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as poéticas errantes e andarilhas de sujeitos da EJA, por meio das vozes literárias, que resultam das imersões dos/as pesquisadores/as na realidade alagoana, enquanto docentes em instituições de ensino básico e superior. Nesse sentido, é dado ênfase as narrativas de Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo, que representam as vidas oprimidas de pessoas em um Brasil que não pensava em políticas públicas para aqueles que pertenciam a uma determinada classe social. Nesse percurso, caracterizamos a poética da vida percebida na leitura do livro Quarto de Despejo – da primeira autora citada–, tendo este sido trabalhado na graduação em Pedagogia da Ufal, nas turmas que cursavam a disciplina de EJA. Tal itinerário é entremeado com a potência com que Conceição Evaristo, em Becos da Memória, constrói as personagens: crianças, mulheres e homens que lutam por um mundo em que suas existências sejam consideradas. Ressaltamos, que as perspectivas teóricas em que temos nos baseado, precipuamente a teoria freireana, que abarca os silêncios, os sussurros, e as caminhadas dos esfarrapados do mundo, os proibidos de ser, bem como os pressupostos do historiador francês Michel de Certeau, ao falar sobre os anônimos da história e defender uma cultura no plural. Entende-se, portanto, a partir das leituras dos autores e autoras referidas, a necessidade de se construir uma educação provocativa que sustente a formulação de currículos potentes, nos quais as culturas e saberes enlacem as vozes dos educandos e educadores, buscando privilegiar uma ação fundamentada e embasada nos temas e problemas das suas realidades.
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Referências
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